domingo, 29 de maio de 2011

Dança

"- Dança comigo?"
"- Claro!"

Mãos se tocam
Pés caminham juntos
Corpos se emparelham
Frente a frente
Olhos se olham
Começa a música

Alguns segundos ...
Um conduz
O outro é conduzido
Movimentos se harmonizam
Deslocamento lateral
Deslocamento para frente
Deslocamento para trás

Giro simples
Giro por cima
Giro por baixo
Giro com torção por cima
Giro com torção por baixo
Giro com trava

Olhos nos olhos
"- O que você vai fazer agora?"
Não é preciso dizer nada
Os corpos vão relaxando
A sequencia de passos
É cada vez mais natural

Um toque discreto na mão
O estender do braço
"-Entendi! Giro duplo com torção por baixo!"
Nenhuma palavra
Os movimentos acontecem, a música soa
Olhos nos olhos

Medo ...
Movimento novo
Vamos tentar!
Tensão!
Passo atrás,
Deslocamento lateral com abertura
Sucesso!

Sorria, você está dançando!

A música vai diminuindo
As mãos se soltam
Os olhos de separam
Os corpos se afastam

"- Foi um prazer dançar com você!"
"- O prazer foi todo meu!"

sábado, 28 de maio de 2011

Aula de dança

Relaxa (Arleno Farias)

A gente pode tudo quando usa a imaginação
Pode ser sim, mesmo que lhe digam não
Errar o alvo é um estímulo para se crescer
Então vamos dar um gás e fazer aquele auê

Relaxa
Qual a melhor canção que você acha
Escolhe um CD e som na caixa
Vamos cantar até o amanhecer

Relaxa
Qual a melhor canção que você acha
Escolhe um CD e som na caixa
Vamos cantar até o amanhecer

Relaxa


Arleno Farias - Relaxa (AO VIVO!).wma - 4shared.com - music and mp3 sharing - download - <a href="http://www.4shared.com/audio/hSnltOle/Arleno_Farias_-_Relaxa__AO_VIV.html" target="_blank">Arleno Farias - Relaxa (AO VIVO!).wma</a>

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pela liberdade de ser triste

As pessoas mais populares nos meios sociais são as que estão sempre rindo, as que usam as melhores roupas, as que usam a melhor maquiagem, as que tem o cabelo mais bonito.


Os que tem a coragem de rir quando acham graça ou de sorrir quando o sorriso é merecido geeralmente são os preteridos e os menos populares em qualquer meio social.


Pessoas são seres fascinantemente diferentes. Não sorrir, ou não rir como hiena, não significa necessariamente um ser antissocial, simplesmente é a pessoa que tem essa caracteristica, um melancolico um introvertido. Nem todos somos extrovertidos. O introvertido lida com o meio externo a partir de seu mundo interior, muito rico e particular e o compartilhamento desse paraíso pessoal só ocorre a custa de muita. Ninguem é uma ilha , claro que não. Mas alguns simplesmente riem menso do que outros. São pessoas agradáveis tb, claro q são mas simplesmente veem a vida de forma diferente. Deixem os tristes serem tristes, aprendam a entender a diferença e

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Restringir o público para proteger o privado

Há vinte anos, estudar na USP era a única alternativa de educação superior para paulistanos sem recursos para bancar o ensino superior privado ou suportar uma mudança para as federais e estaduais do interior paulista e de outros estados. Era a época em que ENEM e cotas não existiam e o ingresso se fazia às custas de árduo estudo seguido do concorrido vestibular da FUVEST no qual, dependendo do curso escolhido, disputava-se com mais de outros 100 candidatos por vaga. Porém, egressos de escolas públicas tinham poucas chances de serem aprovados e grande parte das vagas do ensino público superior paulistano eram ocupadas por pré-pós-adolescentes brancos/orientais, com carro próprio, cara de quem sempre teve o que comer na mesa, roupas de grife e fluência em pelo menos mais um idioma além do português. Arquidiocesano, Dante Alighieri, Rio Branco, Augusto Laranja, eram os nomes de alguns dos currais de onde esse público surgia. Aos de escola pública, ou trabalhar para estudar, ou trabalhar e não estudar, ou prestar concurso público, ou ser catequizado para a prova da FUVEST através dos inúmeros cursinhos pré-vestibulares particulares que abundavam pela cidade. Nesses vinte anos, o acesso ao ensino superior foi melhorado e fazer graduação nas universidades públicas ou nas instituições privadas ficou muito mais fácil. A graduação popularizou-se mas ao mesmo tempo a qualidade do ensino de base decresceu e consequentemente a qualidade do aluno graduado é bastante inferior à do aluno pré-nova Lei de Diretrizes de Bases da Educação e das inovações nos sistemas de formação dos estudantes do nosso país. O que não mudou nesse tempo foi a condição de segurança do campus da USP Butantã. O espaço amplo que ele ocupa era de uma fazenda que na década de 1930 começou a acolher os vários institutos que estavam espalhados pela cidade. O lugar é uma ilha verde limitada pela Marginal Pinheiros, Av.Escola Politécnica, Av.Vital Brasil, Av.Corifeu de Azevedo Marques, 4 portarias de acesso de veículos, muitas portarias de acesso de pedestres. Cada instituto, cada faculdade, tem sua guarita/portaria mas alguns, como o Instituto de Química (IQ), foram gradeados e limitaram o acesso a professores, alunos e funcionários. Nos demais, o acesso público predomina, afinal a USP é um espaço público. Há muito tempo, o preço de toda essa "publicidade" tem sido a violência que se expressa em depredações, roubos, furtos e estupros. Nesta semana, os jornais estamparam mais uma história de violência na qual um aluno do curso noturno da Faculdade de Economia e Administração foi morto no estacionamento da faculdade com um tiro na cabeça. Não foi a primeira vez e infelizmente não será a última. Três dias de luto, alguns protestos e talvez após isso, mais alguns espaços sejam fechados e tenham o acesso controlado como o IQ. Estudar na USP, mesmo na era ENEM, cotas e ProUni, ainda é o sonho e a esperança de um ensino superior de qualidade de muita gente, mesmo que isso não seja de todo verdade. Entrar na USP ficou mais fácil, o difícil se tornou sair de lá, não no sentido de conclusão da graduação, o que é uma façanha também, mas no sentido de sobrevivência. Isolar fisicamente algo que é público é torná-lo restrito, é privatizá-lo. Mas em prol de quem tanto quiz fazer parte desse espaço, talvez essa seja a única maneira de preservar-lhes a vida e a integridade física.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Gotículas de saberrr serrr ...

Pense e respire, ou, não pense nada, mas continue respirando.
O cérebro precisa de descanso mas se você parar de respirar ele vai descansar para sempre.
O ócio faz um bem danado de bom !

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Vem agora

Onde estará você?
Sinto tua falta
Te quero aqui e agora
Você me é essencial

Sem você,
Minha vida se perde
Em um mar de esquecimento

Sem você,
A realidade se funde com o sonho
E a existência caminha tropega
Em meio à bruma

Vem ...
Vem agora ,
Me enlaça com seus braços,
Me envolve com tua força,
Me tira os sentidos,

Vem ...
Caia sobre mim com teu peso,
Me entorpeça, me faça calar a voz
Me torne insensível aos sons da noite

Vem ...
Seja meu companheiro
Seja meu ...
Seja ...
Sej...
Se ...

Vem ...
Se instale em mim agora,
Me fazendo dormir em pazzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzz

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Simplicity

O mundo corporativo é rico em exemplos de estratégias para melhorar o resultado dos processos de trabalho. 5S, 6Sigma, Lean Manufacturing, Simplicity... Vários termos que ao fim e ao cabo significam sempre "fazer mais com menos",ou seja, maximizar o lucro usando o mínimo de recursos. Pessoas físicas que tomam parte desses processos são usadas e abusadas até o limite físico, mental e psicológico e algumas vezes, esses limites são extrapolados como no exemplo das empresas japonesas que internam seus funcionários em alojamentos e que têm de mantê-los sob vigilância permanente devido às inúmeras tentativas de suicídio, em alguns casos, bem sucedidas. Nesse cenário o termo "simplicity" soa incoerente.
Porém, a simplicidade aplicada de forma coerente tornaria não só os processos produtivos mais rentáveis como também vários aspectos da vida humana muito mais interessantes e prazerosos. A mente humana não é nada simples e o adensamento que se constrói devido às vivências pessoais, preconceitos e conceitos, torna complicado o que deveria ser simples. As variáveis são tantas que ações básicas, primordiais e primitivas são recobertas por camadas espessas que escondem a essência distorcendo o sentido primário. Romper essas camadas envolve um trabalho árduo geralmente impossível de ser feito na individualidade e por isso contar com a amizade sincera de outra pessoa física é o recurso mais valioso para que a simplicidade dos relacionamentos possa se refletir na sanidade da mente e do corpo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Família além do sangue

Existem instituições que acolhem aqueles que ficam sós. São orfanatos, sanatórios, asilos, casas de recuperação, entre outros. Foi em um desses lugares que você apareceu, simplesmente apareceu. Apareceu, ficou. Até que um dia, alguém te percebeu e decidiu que aquele lugar não era o seu lugar. Assim, você passou a ser parte de uma família. Viveu a vida dos pais, viu os filhos se casarem, viu os pais morrerem, viu os filhos morrerem, se separarem e continuou com os que por aqui ficaram. Continuou cuidando, participando, sendo parte. Tão família, que você era chamada de tia, de avó, de irmã, amada e querida por todos. Nesse final de semana foi o dia das mães, e de longe vieram os parentes para te ver e te apresentar a mais nova integrante da família. Você se alegrou, riu e se emocionou com esse carinho de tão longe. Os de longe se foram. E hoje de manhã você se foi também. Depois da alegria do final de semana, no domingo a noite, seu corpo frágil decidiu que era hora de parar. Perda de Consciência, Hospital, Emergência, AVC, Transferência, UTI. É hora da visita: "lavem as mãos e desliguem os celulares". Sou a primeira a entrar e me perco entre os leitos. Te encontro fragilizada e quase não te reconheço. "Oi Tetê, sou eu". Por um momento, tenho a sensação que apesar de toda a parafernália do hospital você me reconhece, se mexe e aperta minha mão. Fico um tempo ao seu lado, mas tenho que ser breve, outros também querem ficar ao seu lado. Te acaricio o rosto, te dou um beijo, me despeço, e mais uma vez me perco entre os leitos, não encontro a saída. Me acho, me despeço dos que esperavam para entrar, me perco de novo na saída e chego à rua sem entender direito onde estou. Hoje de manhã, mensagem no celular "Teresa faleceu". Me perco de novo, mas daqui a pouco, me encontro com você de novo, dessa vez, a última por aqui. Tetê, o conceito de família vai além dos laços de sangue e você foi parte importante de uma família enorme que te acolheu, te amou e te cuidou em cada um dos dias em que esteve com você. Sentiremos tua falta. Até logo.

sábado, 7 de maio de 2011

A densidade do feminino




Estar de corpo, alma e espírito em um lugar é o que se chama de "tempo de qualidade". Conseguir direcionar atenção integral mesmo que por um pequeno período de tempo, ou seja, direcionar o foco a uma determinada ação sem interferentes resulta em níveis de satisfação pessoal bastante interessantes. É "fazer a coisa certa do jeito certo", respeitando a "coisa" seja lá o que a "coisa" seja e respeitando-se também. Mulheres tem facilidade em fazer muitas coisas ao mesmo tempo enquanto que homens tem dificuldade de agir assim e preferem fazer uma coisa de cada vez. Talvez daí derive um pouco da insatisfação feminina em relação a tudo e da dificuldade do ser masculino em entender isso. Eles são mais objetivos, elas são muito menos que eles. A sensação de dever cumprido, de ter feito o melhor que se podia ter feito por ter estado presente por inteiro quando se deveria estar, é algo libertador. Acho que é por isso que em muitas aspectos, os homens são bem menos densos que as mulheres.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Primeira linhagem de células-tronco brasileira não é brasileira

As células-tronco representam a esperança de terapia genética para doenças como o Mal de Alzheimer. A primeira linhagem brasileira desse tipo de células foi obtida em 2008 poucos meses após a liberação da pesquisa com embriões pelo Superior Tribunal Federal. O material utilizado para chegar-se a essas células-tronco foi o de amostras de cordão umbilical armazenadas em clínicas de reprodução. Qualquer tipo de serviço relacionado à fecundação artificial tem um custo bastante elevado e por isso é restrito a um grupo social bastante específico que não representa a grande maioria da população brasileira. Por essa razão, a análise genética dessa primeira linhagem mostrou-se bastante distante do que seria a mescla de raças de um brasileiro e ficou mais próxima de outros grupos populacionais tais como o europeu. Ou seja, a primeira linhagem de células-tronco brasiliera não atenderia à grande maioria dos brasileiros que fazem parte da massa de atendimento do SUS e ficaria restrita aos que podem pagar pela saúde privada. Os estudos nessa área continuam e sinceramente espero que os grupos de pesquisa tenham acesso a material humano que represente melhor a miscigenação racial do Brasil. Uma das maneiras de viabilizar esse acesso é ampliando o banco de amostras do REDOME, grupo que coleta dados para doação de medula óssea. Dessa maneira, haverá a possibilidade de desenvolver uma linhagem de células mais compatível com a mistura genética de nosso país e esse tipo de terapia poderá atender a um maior número de brasileiros.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Números feios

As análises estatísticas fotografam situações específicas e permitem conhecer e analisar detalhes que poderiam se perder em meio a uma multidão de informações e o atual censo do IBGE traz muitos dados interessantes e horripilantes sobre o Brasil.
4 milhões de pessoas é um número maior que a população de países do leste europeu como a Eslovênia, ou de cidades como Berlim, Paris, Roma, Madri, Recife e Rio de Janeiro. Pois é esse o número de pessoas que não têm renda alguma no Brasil. Um outro grupo bastante grande é o dos que vivem com até R$ 70,00/mês graças aos programas assistenciais do Ministério de Desenvolvimento Social e de Combate à fome.
Enquanto isso, um outro grupo gasta cerca de R$ 13.000,00/ano (quase R$ 1.100,00/mês) , para poder se alimentar fora de casa em todos os dias do ano.
Conheci esses números entre ontem e hoje e ambos me parecem absurdos, mas são absurdamente reais.

domingo, 1 de maio de 2011

Informar e conhecer

Concordo que vivemos na era da informação. Todo mundo sabe um pouco de tudo pois de tudo um pouco está disponível para quem puder ter acesso aos meios de comunicação, principalmente à mídia eletrônica.
Na mídia escrita, isso também acontece mas, geralmente, a qualidade da informação é melhor pois existem os revisores de texto que têm a função de pelo menos corrigir a linguagem usada além do conteúdo que pretende-se divulgar. Porém, alguns dos conteúdos que são divulgados chegam ao público já desatualizados ou têm tempo de vida muito curto. Nesses casos, que acontecem principalmente com os textos da área de sistemas de informática e da área jurídica, a mídia eletrônica seria um melhor meio de divulgação. Assim, poderiam ser evitadas as situações como a da liquidação de uma coleção jurídica de 10 volumes gordos de quase R$ 1.000,00 por menos de R$ 100,00 que se não for vendida irá mofar em alguma biblioteca até que um pós-graduando interassado no histórico de uma jurisprudência procure o livro, ou irá parar em algum local de reciclagem, ou terá outros fins diversos.
A comunicação através da mídia eletrônica acaba impondo-se por uma série de facilildades. Até livro eletrônico já existe e a vantagem de armazenar vários volumes em um dispositivo que cabe em uma bolsa é extremamente atraente. A mídia eletrônica é democrática pois permite a ilustres desconhecidos divulgarem qualquer conteúdo e tornarem-se celebridades instantâneas e descartáveis ou a tornarem-se conhecidos para quem quiser conhecê-los. Por exemplo, eu aqui e agora, talvez esse texto seja só mais um dos meus textos ou talvez alguém o leia, conheça um pouco do que eu penso e comente alguma coisa sobre o que eu escrevi. Mas a mídia eletrônica também pode ser controlada e direcionada para determinadas funções que é o que acontece em países que ainda contam com regimes autoritários.
Nesse contexto, vão se criando pessoas formadas e formatadas com informações cada vez mais rasas. É muito comum a reprodução de uma informação por diversos sites sem que a origem da informação seja citada por ninguém. Apropria-se do pensamento de um outro, que ninguém sabe quem é, e faz-se disso a verdade.
Mas a verdade, de verdade, é o conhecimento que liberta da ignorância e que nos faz livres e a qualidade é algo que se constrói e que não é presa à individualidade mas a um consenso que leva ao bom-senso que deve estar fundamentado em fatos comprovados e não impostos por uma opinião isolada.
A sociedade informada que está se formando é prisioneira eletrônica de dispositivos cada vez mais mirabolantes e surpreendentes e caminha a passos largos para uma nova idade das trevas. É a repetição de um ciclo histórico revivido na era contemporânea.
Para constar, essa reflexão veio da leitura do texto "O risco da ignorância" do prof. Massimo Pigliucci publicado na edição do jornal "O Estado de São Paulo" de hoje.
Para terminar, o mundo perdeu um de seus grandes tristes. Ontem, num sábado, morreu Ernesto Sabato.