quarta-feira, 4 de maio de 2011
Primeira linhagem de células-tronco brasileira não é brasileira
As células-tronco representam a esperança de terapia genética para doenças como o Mal de Alzheimer. A primeira linhagem brasileira desse tipo de células foi obtida em 2008 poucos meses após a liberação da pesquisa com embriões pelo Superior Tribunal Federal. O material utilizado para chegar-se a essas células-tronco foi o de amostras de cordão umbilical armazenadas em clínicas de reprodução. Qualquer tipo de serviço relacionado à fecundação artificial tem um custo bastante elevado e por isso é restrito a um grupo social bastante específico que não representa a grande maioria da população brasileira. Por essa razão, a análise genética dessa primeira linhagem mostrou-se bastante distante do que seria a mescla de raças de um brasileiro e ficou mais próxima de outros grupos populacionais tais como o europeu. Ou seja, a primeira linhagem de células-tronco brasiliera não atenderia à grande maioria dos brasileiros que fazem parte da massa de atendimento do SUS e ficaria restrita aos que podem pagar pela saúde privada. Os estudos nessa área continuam e sinceramente espero que os grupos de pesquisa tenham acesso a material humano que represente melhor a miscigenação racial do Brasil. Uma das maneiras de viabilizar esse acesso é ampliando o banco de amostras do REDOME, grupo que coleta dados para doação de medula óssea. Dessa maneira, haverá a possibilidade de desenvolver uma linhagem de células mais compatível com a mistura genética de nosso país e esse tipo de terapia poderá atender a um maior número de brasileiros.
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