domingo, 31 de julho de 2011

Liberalidade, legalidade, naturalidade, moralidade

O que é ser cristão?
Ser cristão é ser natural e ter os princípios de Jesus em sua vida ...

O que é ser natural?
É viver a vida sem religiosidade e legalidade ...

Esses são conceitos divulgados e defendidos por algumas comunidades cristãs que se dizem contrárias ao legalismo e à religiosidade. Esse novo movimento se declara avesso às igrejas históricas frutos de movimentos evangelísticos, principalmente o americano, que trouxeram para o Brasil denominações como a batista.
A nova igreja também é contra o jargão e comportamento pentecostal e neopentecostal que separa a sociedade em "o mundo" e "os salvos" e se diz incluída no mundo pois o reino de Deus deve estar incluído na sociedade e não separado dela.
No meio disso, me pergunto "qual é o conceito de cristão?", "qual é a ética do cristianismo?" "qual é a marca, qual é a diferença do cristão?".
Dúvidas ...
Em muitos pequenos grupos, que eu inocentemente pensava serem espaços reflexivos para o estudo de textos bíblicos, me deparei com a tentativa de um grupo de afinidades levantadas por questionário...
Os conceitos colocados no título deste texto são usados com frequencia para tentar explicar a igreja atual. Mas, enfim, o que é ser cristão? quem é a igreja de Cristo?

domingo, 24 de julho de 2011

"Vanilla Sky"



Já li vários comentários sobre o cenário "Vanilla sky" nas fotos das redes sociais. As caras mudam, mas as cenas e os sorrisos são sempre os mesmos. Fotos em grupos, pessoas que se abraçam e que mostram os dentes para a lente que os foca. Todos muito felizes, lindos, maquiados, sorridentes e cheios de amigos.
"Uma imagem fala mais do que mil palavras", diria um publicitário. E na imagem que se vende não há espaço para a tristeza, não há espaço para a melancolia,não há espaço para gente de verdade.
Nas fotos de muito antigamente, as pessoas não sorriam com tanta facilidade. Havia aquela foto "retrato" em que uma família inteira ia para o estúdio do fotógrafo e o resultado era um registro bastante austero de uma família repleta de filhos. O conceito de família se modernizou, evoluiu (?), se diluiu e está muito distante do que o "retrato" captava. Os filhos são em número muito menor ou simplesmente não existem ou foram substituídos por um cachorro/gato. O pai pode não ser homem e a mãe pode não ser mulher. Não concordo com nenhum desses modelos, mas isso é conversa para uma outra hora.
Gente de verdade não ri o tempo todo. Imortalizar momentos de felicidade é um desejo genuíno e louvável de quem quer ter história, mas acreditar que ser feliz é congelar um sorriso no rosto e mostrá-lo para todas as lentes sem ter a mínima consideração ou noção de quem é o ser humano ao lado naquele momento é tão ingênuo quanto acreditar no senhor obeso de roupas vermelhas com pompons brancos, que voa de trenó e consegue passar pela abertura de uma chaminé para entregar presentes no final do ano.
Abra os olhos, afinal "Vanilla sky" é uma utopia comprada para que a realidade não seja vista!

Foto: http://intratecal.wordpress.com/2010/03/24/vanilla-sky/

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Enfim, iguais

O começo e o fim são iguais para todos.
Depois do nascimento, o único ponto de igualdade pelo qual podemos esperar é a morte. Todos, independentemente de classe, credo ou raça, passarão por essa experiência mais cedo ou mais tarde. Quando chega, é o momento em que todos se igualam pela justiça do término, a justiça do fim. O interlúdio pode ter sido diferente, mas o prelúdio e o poslúdio sempre serão iguais. Choro e dor para começar, choro e dor para terminar. Choro e dor no meio, mas com a opção de sorrir, apesar dos pesares.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Formando" o futuro

Desde que surgiram as especializações dos ofícios, fez-se necesário ensinar a teoria e a técnica de cada atividade. Cada atividade tem seu valor próprio, seja a que se restringe ao mundo empírico das ideias ou a que gera produtos e serviços para tornar a vida viável, pois não se vive só de ideias. A junção harmoniosa das duas vertentes, teoricamente, geraria sinergia de inteligências e o resultado seria a prática inteligente. Mas geralmente os intelectuais demais desprezam os práticos, taxando-os de consumistas, capitalistas, entre outros termos menos agradáveis, e os práticos não conseguem conversar com os intelectuais pois a sapiência teórica cria uma capa que limita ou mesmo isola a comunicação entre essas espécies.
A propagação do saber específico através da tradição oral ou dos cursos tecnológicos ou de graduação deveria gerar profissionais teóricos ou práticos com o mínimo de bagagem para exercer seus ofícios. Mas, quando entidades de classe se dispõem a avaliar a qualidade do aprendizado desses profissionais, acontecem aberrações como o último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Cerca de 15% das universidades tiveram 0% de aprovação de seus alunos e nas poucas que tiveram os melhores índices, o melhor desempenho foi de cerca de 70% aprovados. Ou seja, nos melhores cursos, 30% dos que se graduaram não atenderam ao critério do que a entidade de classe entende como sendo o necessário para exercer a profissão. Esses 30% reprovados fazem parte do grupo que conclui a graduação e que representa os sobreviventes entre os muitos que desistiram ou simplesmente ainda não concluiram seus cursos.
Cenário ruim.
Peguntas que me faço diante disso:
1) como avaliar a formação de um profissional?
2) o que se deve avaliar?
3) como selecionar a entrada dos candidatos para uma graduação?
4) o que se deve ensinar para que o indíviduo seja considerado "formado" para uma determinada profisssão?
5) seleção na entrada, seleção na saída ... e o meio do processo?
As respostas para essas perguntas incluem temas como: vocação, aptidão, formação escolar básica, vestibular, curriculum mínimo da graduação, contexto social e econômico do indíviduo, qualidade do ensino superior, formação dos professores dos cursos de graduação, entre outros.
O assunto é delicado, essencial e amplo. Pensar em respostas é necessário, mas agir rápido é mais importante ainda.
A geração que se "forma" nesse momento se mostra inapta para responder às necessidades básicas do ofício para o qual se prepararam por pelo menos 4 anos em um curso de graduação. O resultado do exame da OAB é o indicador de um processo educacional muito ruim.
O que eu posso fazer para mudar isso? Não quero me restringir à teoria pois já entendi que não é assim que o cenário deve ser. Então, que sementes eu devo plantar para que os meus alunos sejam melhor "formados"? Que os próximos semestres me ajudem a ter ferramentas para responder a essas questões e me tornarem apta à ação consciente.
Só para constar, o índice de reprovação de minhas turmas variou entre 25-75%, ou seja, em média dos meus quase 300 alunos, 150 foram reprovados. Grande parte disso se deve à falta dos pré-requisitos mínimos para o entendimento do conteúdo específico de uma disciplina que é ministrada no penúltimo semestre do curso. Teoricamente, os que "passaram" entenderam as diferenças básicas entre os diferentes tipos de medicamento e como esses produtos são produzidos. Teoricamente ...