sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vagamente divagando: sobre "eu te amo"


Pessoas são sistemas ambulantes que se acomodam em uma embalagem chamada corpo.
O contéudo de cada um é diferente do outro e as maneiras de interagir com o ambiente e com outros sistemas ambulantes é muito peculiar. Regras foram criadas para permitir que a convivência fosse possível. Porém o esforço individual é fundamental para que o que se chama de sociedade possa funcionar.
Do esforço, da convivência, nascem as chamadas "reações humanas". Laços se criam, aparecem o sentimento de amizade, as ações de solidariedade e se estabelecem relações. Apesar de diferente, apesar de único, cada sistema ambulante percebe que é muito melhor funcionar em companhia de outro sistema.
Nesse ínterim, o amor pode nascer como uma ponte que une pessoas cujas diferenças, individualidades e distância física, não impedem a percepção de que a existência seria insuportável sem que o outro fizesse parte do contexto.
Dizer "Eu te amo" significa "Sua existência trouxe um novo significado à minha existência. Sem você, eu estaria mergulhado no meu eu, só. Você abriu meu entendimento para um mundo que sempre existiu mas que eu nunca pude enxergar. Mesmo que nossas vidas se separem, sua passagem pelo meu mundo fez com que meus conteúdos fossem reestruturados e minha embalagem criasse uma nova forma de interação com o ambiente e com os outros. Você me fez ser humano.".
Eu te amo sempre, sempre e sempre.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Oração

Tem dias em que a vontade é fechar os olhos e não acordar mais.
Mas eis que os olhos se abrem e de novo a vida surge e de novo é preciso viver.
Será que eu poderia doar a minha vida para alguém com mais vontade de viver do que eu?
Cansei disso há muito tempo, mas ainda tenho insistido, ainda tenho acreditado. Porém, os motivos vão deixando de existir e por mais que eu tente encontrar outras motivações, elas vão enfraquecendo.
Serão todos bons atores, que riem, que se alegram e que fazem de conta que as coisas vão bem? Me parece que sim e que eu não soube interpretar o meu papel.
Não soube ser filha, não soube ser irmã, não soube ser namorada, não soube ser amiga, falhei em todos os meus papéis!
Olho para os lados e não me encontro no outro, olho para dentro e não me encontro em mim, olho para cima ... e nem lá eu me encontro.
Tenho um pedido a fazer: por favor, Deus, me escute, quero parar. Chega! Conceda o que me destes a outro pois eu falhei. Não encontrei as pessoas, não me encontrei e também não Te encontrei. Tentei mas falhei, por isso, por favor, me tire daqui pois sinto que não posso mais e mesmo a coragem de parar com isso por mim mesma me falta. Talvez seja no silêncio eterno onde eu finalmente me econtre e Te encontre.

domingo, 6 de novembro de 2011

Amizade: relembrando o conceito

Amizade (do latim amicus; amigo, que possivelmente se derivou de amore; amar, ainda que se diga também que a palavra provém do grego) é uma relação afetiva, a princípio, sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo. Neste aspecto, pode-se dizer que uma relação entre pais e filhos, entre irmãos, demais familiares, cônjuges ou namorados, pode ser também uma relação de amizade, embora não necessariamente.

A amizade pode ter como origem, um instinto de sobrevivência da espécie, com a necessidade de proteger e ser protegido por outros seres. Alguns amigos se denominam "melhores amigos". Os melhores amigos muitas vezes se conhecem mais que os próprios familiares e cônjuges, funcionando como um confidente. Para atingir esse grau de amizade, muita confiança e fidelidade são depositadas.

Muitas vezes os interesses dos amigos são parecidos e demonstram um senso de cooperação. Mas também há pessoas que não necessariamente se interessam pelo mesmo tema, mas gostam de partilhar momentos juntos, pela companhia e amizade do outro, mesmo que a atividade não seja a de sua preferência.

A amizade é uma das mais comuns relações interpessoais que a maioria dos seres humanos tem na vida.[1] Em caso de perda da amizade, sugere-se a reconciliação e o perdão. Carl Rogers diz que a amizade "é a aceitação de cada um como realmente ele é".

Popularmente, disse-se que "o cão é o melhor amigo do homem".

O Dia do Amigo (também conhecido como "Dia da Amizade") é comemorado em 20 de julho.

A amizade, tem sido considerada pela religião e cultura popular, como uma experiência humana de vital importância, inclusive tendo sido santificada por várias religiões. No Poema de Gilgamesh, se relata a amizade entre Gilgamesh e Enkidu. Os greco-romanos tinham, entre outros vários exemplos, a amizade entre Orestes e Pílades. Na Bíblia, cita-se no livro de 1 Samuel, a amizade entre Davi (que depois se tornaria rei em Israel) e Jonatas (filho do Rei Saul)[2] . Os evangelhos canônicos falam a respeito de uma declaração de Jesus, "Nenhum amor pode ser maior que este, o de sacrificar a própria vida por seus amigos." [3]. Salomão escreveu a sabedoria da Amizade em seus Provérbios: "Em todo o tempo ama o amigo, e na angustia se faz o irmão"[4] .

As relações de amizade são amplamente retratadas tanto na literatura como no cinema e na televisão. como exemplos, podemos citar: Dom Quixote e Sancho Pança, Sherlock Holmes e Watson, os Três Mosqueteiros, O gordo e o magro, Os três patetas, a série Friends, entre outros.

Fonte: extraído da Wikipedia

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Há nexo?

Ao lado do prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP campus Butantã, foi construído um prédio chamado de "Anexo" e me lembro que alguns alunos que não concordavam com a construção pixaram as paredes com a frase "Há nexo?". Atualmente, o "Anexo" da FAU vai muito bem, obrigado, e tem sido muito bem usado.
Voltei a ser aluna da USP e agradeço pela oportunidade de estudar gratuitamente em um local que , apesar de tantas limitações e problemas, ainda tem o respeito da comunidade acadêmica nacional e internacional.
Como aluna e como cidadã, me pergunto se "Há nexo?" no recente movimento desencadeado pelos alunos vizinhos da faculdade vizinha à minha faculdade, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Quem conhece a USP e já passou pelos prédios das Faculdades de História e Geografia com certeza já sentiu o cheiro de maconha que parece estar impregnado naquele lugar. É fato conhecido há muito tempo que o consumo de drogas de abuso é comum no campus e não só ali, é claro, mas principalmente ali. De repente, a Polícia Militar enquadrou alguns alunos que fumavam sua maconhazinha e isso incomodou aqueles a quem considero "estudantes profissionais" que pensam que a USP é a "Ilha da Fantasia". Invadiram o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e CIências Humanas (FFLCH), pixaram o prédio, quebraram móveis, depredaram o patrimônico público! Por que isso? Para quê isso? Ouvi um professor dizendo que era o direito democrático de manifestação social e outro dizendo que era um movimento de baderna. Concordo com o segundo.
Tantos motivos mais nobres e mais legítimos para se lutar e esses alunos lutam pelo direito de usar drogas ilícitas dentro do campus?! Que nobreza e que legitimidade existe nesse motivo?
O prédio do "Anexo" da FAU fica muito próximo do prédio da administração da FFLCH e ele parece olhar para os estudantes de rosto coberto por trapos e perguntar "Há nexo?". Usar drogas no campus deve ser permitido? Esse é o motivo da luta desses estudantes e não a presença da PM no campus. A PM visa garantir a segurança e a ordem das mais de 100 mil pessoal que circulam na Cidade Universitária todos os dias e até onde me consta, tráfico e uso de drogas ainda são considerados crimes nesse nosso país.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

E assim foi

10/10/11, quem diria ...
Depois que os dois homens limparam o cofre e se encaminharam para a saída, parecia que aquele era o fim da história, mas não foi.
Um deles se virou, decidiu que deveria atirar e atirou.
21 anos de vida chegaram ao final depois disso.
Maria Tatiane Barros Oliveira, aluna do 8º semestre do curso de Farmácia, o último semestre do curso!
Balconista de drogaria em Guarulhos, grande São Paulo.
Tristeza, revolta, indignação ...
E assim foi e assim você se foi.

Dia das crianças

Um jeito bobo de chamar a atenção de amigos adultos no dia 12 de outubro é desejar "Feliz dia das crianças".

As reações são as mais diversas e vão desde um seco e educado "Para vc tb!", passando pelo "kkkkkkkk" ou "rsrsrsrs" e pelo "Sua linda! Só vc p me falar isso numa hora dessas!". Enfim ... mil e uma reações que servem como termômetro para outras coisas.

Cuidados que devo ter: reconquistar os secos e educados, manter os risonhos e os carinhosos por perto e cultivá-los com atenção e cuidado.

Cada amigo é diferente do outro, cada amigo é único!

Cada um deles me ajuda a expor, entender, perdoar e aceitar a humanidade que existe em mim. "Tudo junto e misturado" e no meio dessa diversidade a gente vai aprendendo a ser gente e a gostar de gente.

Que bom que vocês são assim!

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS !

domingo, 9 de outubro de 2011

Samba de gafieira

Não adianta perguntar o por quê de eu não ter feito isso antes, mas sim ficar feliz por ter a oportundiade de vivenciar isso agora!

Apesar de ainda não conseguir dar graça e leveza aos movimentos que muito vagarosamente vou entendendo, dançar samba de gafieira tem sido especial e desafiador.

Especial, pois me remete ao passado familiar das rodas de samba, violão, percussão, Cartola, Noel, Pixinguinha e tantos outros.

Desafiador, pois harmonizar movimentos de braços/ pernas com deslocamentos e esperar pela sutileza do sinal de um partner para que isso seja feito no tempo certo, têm sido muito mais difícil do que tudo o que já fiz nessa vida que Deus me deu!

O resultado é um momento extremamente prazeroso em que o passado que foi e o que poderia ter sido deixam de aborrecer e acusar, e o futuro que será, e que agora não parece ser grande coisa, deixa de se mostrar. Depois desses segundos de relaxamento cerebral, a sensação é de casa limpa e ventilada!

Não quero que a música pare!

Quero dançar em todos os seus compassos, no tempo, no contratempo e até na pausa!

Dança comigo?


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Montanha-russa

De repente, a notícia de uma nova vida que surge e de repente a notícia de que ela é ectópica, que a mãe corre risco de vida, que o feto deve ser retirado e que haverá comprometimento significativo da anatomia o que dificultará outra gravidez.

E agora José? A festa acabou, a noite esfriou o povo sumiu ...

Chorar, não resolve, mas alivia.

Orar, nos faz entender a dimensão da nossa insignificância, que nada do que fizermos irá resolver a situação e que só o mover do sobrenatural é que nos dará o alento e a esperança na vida que permanecerá.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sobre o tempo

O tempo vai
Não volta
O que foi
Passou
Ficou passado
O agora
Pode ser
O futuro
Será
...
?

Fraternalmente falando


Mesmo que eu não te veja
Mesmo que eu não te toque
Mesmo que eu não ouça tua voz
Você está aqui

Quero te ver
Quero te tocar
Quero te ouvir
Te sentir perto

Você faz parte do que sou
Você ajudou a ser o que sou
Você é um pouco do que sou
Você está aqui

Tempo
Distância
Nos separam
E eu te quero aqui agora!

O coração dói
A saudade grita
A mente tenta ponderar
Mas o sentimento é mais forte

Você está na memória
Você está na música
Você está na foto
Mas VOCÊ não está!

Quando a finitude passar
Que a eternidade nos una,
Até breve!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O poder da sala de aula

A sala de aula é um local de fenômenos sociais que podem levar à formação de cidadãos preparados para a construção de uma sociedade mais igualitária, solidária, justa e democrática. Ou não ...




A assimetria de poder professor-aluno pode ser um obstáculo a essa oportunidade. O uso de métodos que incitam o compartilhamento de conhecimento entre pares pode estimular a aprendizagem significativa e dessa maneira transformar a "sala de aula" em um momento para captação de saberes importantes para o convívio globalizado sadio tão necessário na sociedade pós-revolução industrial.

(reflexões pós-leitura de Correia e Infante-Malachias: Expanded collaborative learning and concept mapping: a road to empowering students in classrooms)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Suicídio aos 10 anos

Menino de 10 anos atira na professora durante a aula e se mata com 2 tiros na cabeça.
O nome dele era David, filho de um policial e por isso o acesso à arma aconteceu.
Mas ... por que o David atirou na professora e depois se matou?
Ninguém sabe explicar e talvez ninguèm consiga.

Fatos:
1) David não existe mais para se explicar
2) Seu pai está sendo acusado
3) Outros pais culpam o pai de David por ele ter pego a arma e ter acontecido o que aconteceu
4) Outros pais dizem que o pai deveria ter ido procurar a arma na mala dos filhos quando percebeu sua falta.

Enfim, qual é o estímulo que leva a esse tipo de ação de uma criança de 10 anos?!
Não sei explicar e novamente, como no caso do Realengo, várias teorias surgirão e o pai de David poderá ser preso por causa das ações do filho. E o irmão do David? E a mãe do David?
Por quê, por quê, por quê????

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Rotinas de felicidade

Acordar no mesmo horário, ter uma programação de atividades para o dia meticulosamente pensada no dia ou na semana ou no mês anterior, sair para comprar o essencial para o funcionamento do lar, ter algumas interações extra-domésticas, preparar a melhor refeição para os seus, preocupar-se com a agenda dos que estão ao lado, cuidar para que os detahes de limpeza e estrutura básica do funcionamento doméstico estejam impecáveis, olhar as plantas do jardim e curtir a expectativa de uma nova flor que promete aparecer ... Escolhas de quem decidiu ser feliz cuidando dos outros mesmo que esses outros não tenham a exata dimensão do preço de todas as renúncias pessoais dessas "rotinas de felicidade". Simplesmente complexo, infinitamente pessoal.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Escolhas

Escolher faz parte da rotina de vida de todo ser vivente. Algumas escolhas são conscientes e voluntárias e outras não.
O tipo que depende de nossa decisão pessoal é bastante difícil pois sempre irá existir uma opção que não foi a escolhida e sempre haverá o questionamento a posteriori se a decisão descartada não teria sido a melhor. Algumas vezes poderia ter sido sim, mas talvez não.
Escolher viver em paz com as escolhas pessoais é uma outra decisão que implica em renúncias e em alguns conformismos. Ética e moral ajudam e atrapalham mas, ao fim e ao cabo, essa é uma escolha que se pode ter e assim aceitar-se e relacionar-se bem consigo e com o entorno.Talvez ... essa devesse ser a decisão soberana de cada um, ou, caetaneando um pouco, não ...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ensinar, aprender, ser professor

Entender como o ser humano aprende é um tema que tem desafiado pensadores ao longo do tempo e espaço. Os mecanismos cerebrais relacionados à memória e as teorias que se propõem a explicar a sua relação com a aprendizagem são interessantíssima e existem teorias para todos os gostos. Lamento que tantos dos que optam pelo ensino não tenham se dedicado com sinceridade ao estudo desse assunto. Muitos desses colegas continuem a entoar o mantra de que se o aluno não aprende o problema é do aluno. Será que estamos ensinando da forma certa? É inocente e incoerente acreditar que todos os alunos que passarem pelo nosso caminho serão despertados para o maravilhoso mundo do saber. Parte do processo é de minha resposabilidade e a outra parte está relacionada com a vontade, com o querer, com a receptividade e bagagem de conhecimentos prévios do meu aluno. Mas se eu me comprometer a aprender a aprender e a ensinar, estará resolvida a parte da equação de aprendizado que depende de minha capacidade de ser professor.

domingo, 14 de agosto de 2011

Existem vários maneiras de valor uma pessoa. Tais critérios geralmente se baseiam no fator monetário, ou seja, você é o que você tem: Você é valorizado pelo seu poder aquisitivo e as coisas que você é capaz de comprar. Imóveis, veículos, roupas, tratamentos estéticos, jantares caríssimos em restaurantes da moda, viagens a lugares badalados, participações em eventos sociais em que as caras sempre se parecem e você se torna mais um adorno no ambiente.
Depois do fator monetário, o fator estético conta bastante também. Se você for mulher, seu valor será reflexo de sua idade, da cor de sua pele, do peso do seu corpo,
Após esses critérios de valoração primários, padrões de comportamento

domingo, 31 de julho de 2011

Liberalidade, legalidade, naturalidade, moralidade

O que é ser cristão?
Ser cristão é ser natural e ter os princípios de Jesus em sua vida ...

O que é ser natural?
É viver a vida sem religiosidade e legalidade ...

Esses são conceitos divulgados e defendidos por algumas comunidades cristãs que se dizem contrárias ao legalismo e à religiosidade. Esse novo movimento se declara avesso às igrejas históricas frutos de movimentos evangelísticos, principalmente o americano, que trouxeram para o Brasil denominações como a batista.
A nova igreja também é contra o jargão e comportamento pentecostal e neopentecostal que separa a sociedade em "o mundo" e "os salvos" e se diz incluída no mundo pois o reino de Deus deve estar incluído na sociedade e não separado dela.
No meio disso, me pergunto "qual é o conceito de cristão?", "qual é a ética do cristianismo?" "qual é a marca, qual é a diferença do cristão?".
Dúvidas ...
Em muitos pequenos grupos, que eu inocentemente pensava serem espaços reflexivos para o estudo de textos bíblicos, me deparei com a tentativa de um grupo de afinidades levantadas por questionário...
Os conceitos colocados no título deste texto são usados com frequencia para tentar explicar a igreja atual. Mas, enfim, o que é ser cristão? quem é a igreja de Cristo?

domingo, 24 de julho de 2011

"Vanilla Sky"



Já li vários comentários sobre o cenário "Vanilla sky" nas fotos das redes sociais. As caras mudam, mas as cenas e os sorrisos são sempre os mesmos. Fotos em grupos, pessoas que se abraçam e que mostram os dentes para a lente que os foca. Todos muito felizes, lindos, maquiados, sorridentes e cheios de amigos.
"Uma imagem fala mais do que mil palavras", diria um publicitário. E na imagem que se vende não há espaço para a tristeza, não há espaço para a melancolia,não há espaço para gente de verdade.
Nas fotos de muito antigamente, as pessoas não sorriam com tanta facilidade. Havia aquela foto "retrato" em que uma família inteira ia para o estúdio do fotógrafo e o resultado era um registro bastante austero de uma família repleta de filhos. O conceito de família se modernizou, evoluiu (?), se diluiu e está muito distante do que o "retrato" captava. Os filhos são em número muito menor ou simplesmente não existem ou foram substituídos por um cachorro/gato. O pai pode não ser homem e a mãe pode não ser mulher. Não concordo com nenhum desses modelos, mas isso é conversa para uma outra hora.
Gente de verdade não ri o tempo todo. Imortalizar momentos de felicidade é um desejo genuíno e louvável de quem quer ter história, mas acreditar que ser feliz é congelar um sorriso no rosto e mostrá-lo para todas as lentes sem ter a mínima consideração ou noção de quem é o ser humano ao lado naquele momento é tão ingênuo quanto acreditar no senhor obeso de roupas vermelhas com pompons brancos, que voa de trenó e consegue passar pela abertura de uma chaminé para entregar presentes no final do ano.
Abra os olhos, afinal "Vanilla sky" é uma utopia comprada para que a realidade não seja vista!

Foto: http://intratecal.wordpress.com/2010/03/24/vanilla-sky/

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Enfim, iguais

O começo e o fim são iguais para todos.
Depois do nascimento, o único ponto de igualdade pelo qual podemos esperar é a morte. Todos, independentemente de classe, credo ou raça, passarão por essa experiência mais cedo ou mais tarde. Quando chega, é o momento em que todos se igualam pela justiça do término, a justiça do fim. O interlúdio pode ter sido diferente, mas o prelúdio e o poslúdio sempre serão iguais. Choro e dor para começar, choro e dor para terminar. Choro e dor no meio, mas com a opção de sorrir, apesar dos pesares.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Formando" o futuro

Desde que surgiram as especializações dos ofícios, fez-se necesário ensinar a teoria e a técnica de cada atividade. Cada atividade tem seu valor próprio, seja a que se restringe ao mundo empírico das ideias ou a que gera produtos e serviços para tornar a vida viável, pois não se vive só de ideias. A junção harmoniosa das duas vertentes, teoricamente, geraria sinergia de inteligências e o resultado seria a prática inteligente. Mas geralmente os intelectuais demais desprezam os práticos, taxando-os de consumistas, capitalistas, entre outros termos menos agradáveis, e os práticos não conseguem conversar com os intelectuais pois a sapiência teórica cria uma capa que limita ou mesmo isola a comunicação entre essas espécies.
A propagação do saber específico através da tradição oral ou dos cursos tecnológicos ou de graduação deveria gerar profissionais teóricos ou práticos com o mínimo de bagagem para exercer seus ofícios. Mas, quando entidades de classe se dispõem a avaliar a qualidade do aprendizado desses profissionais, acontecem aberrações como o último exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Cerca de 15% das universidades tiveram 0% de aprovação de seus alunos e nas poucas que tiveram os melhores índices, o melhor desempenho foi de cerca de 70% aprovados. Ou seja, nos melhores cursos, 30% dos que se graduaram não atenderam ao critério do que a entidade de classe entende como sendo o necessário para exercer a profissão. Esses 30% reprovados fazem parte do grupo que conclui a graduação e que representa os sobreviventes entre os muitos que desistiram ou simplesmente ainda não concluiram seus cursos.
Cenário ruim.
Peguntas que me faço diante disso:
1) como avaliar a formação de um profissional?
2) o que se deve avaliar?
3) como selecionar a entrada dos candidatos para uma graduação?
4) o que se deve ensinar para que o indíviduo seja considerado "formado" para uma determinada profisssão?
5) seleção na entrada, seleção na saída ... e o meio do processo?
As respostas para essas perguntas incluem temas como: vocação, aptidão, formação escolar básica, vestibular, curriculum mínimo da graduação, contexto social e econômico do indíviduo, qualidade do ensino superior, formação dos professores dos cursos de graduação, entre outros.
O assunto é delicado, essencial e amplo. Pensar em respostas é necessário, mas agir rápido é mais importante ainda.
A geração que se "forma" nesse momento se mostra inapta para responder às necessidades básicas do ofício para o qual se prepararam por pelo menos 4 anos em um curso de graduação. O resultado do exame da OAB é o indicador de um processo educacional muito ruim.
O que eu posso fazer para mudar isso? Não quero me restringir à teoria pois já entendi que não é assim que o cenário deve ser. Então, que sementes eu devo plantar para que os meus alunos sejam melhor "formados"? Que os próximos semestres me ajudem a ter ferramentas para responder a essas questões e me tornarem apta à ação consciente.
Só para constar, o índice de reprovação de minhas turmas variou entre 25-75%, ou seja, em média dos meus quase 300 alunos, 150 foram reprovados. Grande parte disso se deve à falta dos pré-requisitos mínimos para o entendimento do conteúdo específico de uma disciplina que é ministrada no penúltimo semestre do curso. Teoricamente, os que "passaram" entenderam as diferenças básicas entre os diferentes tipos de medicamento e como esses produtos são produzidos. Teoricamente ...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ehhe "Sum" Paulo



Dia de inverno, ponte de feriado ... dois paulistanos passenado por São Paulo como se a vissem pela primeira vez. Uma hora de fila, 5 minutos de contemplação. O alto do edifício Altino Arantes, o prédio do ex-Banespa, é um dos pontos mais altos do centro velho de onde se pode degustar a diversidade da arquitetura e a bagunça que é essa cidade. Se você respirar mais intensamente, correrá o risco de ter uma apnéia, tanta é a fumaça que se vê e se sente lá em cima. Talvez seja esse o real motivo para que a visita dure somente 5 minutos.

sábado, 18 de junho de 2011

Um minuto de silêncio

"Um minuto de silêncio" é a expressão usada para prestar homenagem a alguém que se vai. Porém, nessas situações eu prefiro pensar em "fermata" pois essa é a figura que em linguagem musical significa que o silêncio será sustentado segundo a vontade do maestro.
Na fermata o silêncio é indefinido, no "um minuto de silêncio" a finitude do momento é definida.
Muito bem ... nessa fermata uma voz e um piano entram em silêncio indefinido. "A minha vida eu entrego a Deus, pois Seu filho Ele entregou por mim. Não importa onde for, seguirei meu Senhor. Sobre terra ou mar, onde Deus mandar, irei". Tua voz se cala e não mais te ouviremos cantar essa canção. Seguindo a letra, agora teu tempo e teu lugar aqui deixam de existir. Foi uma luta longa e difícil demais. Algumas batalhas vitoriosas mas teu corpo frágil não mais suportou tanta dor. Fermata, Alê... até o momento em que o maestro decida ser hora de juntar as melodias e criar a harmonia eterna.

sábado, 11 de junho de 2011

Ser, saber, poder, querer

A lucidez e o discernimento que as experiências pessoais nos trazem são como abrir uma janela e deixar a luz entrar em um quarto escuro. Quando a mobília desse quarto é sólida, graças à boa formação e educação, os limites do pensamento se expandem, a tolerância aumenta, o preconceito diminui. Quando alguém se percebe mais maduro do que seus pares sobre determinados temas, sua é a responsabilidade de entender a situação de fragilidade do outro e ter a sabedoria de aceitar as falhas e buscar a convivência pacífica. Saber é poder. Poder para subjugar, poder para amar. A escolha é pessoal.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quero abraço

No decorrer dos anos, vamos enfrentando situações diversas. Aprendemos a nos mostrar corajosos e a passar ou conviver com problemas e os novos desafios. Apesar de toda essa fortaleza que nos é cobrado no meu caso, no mais fundo o que eu mais desejo nesse momento é um pouco de aconchego e carinho. Queria um abraço, queria um beijo, queria um afago. Mas, na minha família as pessoas não se tocam. A relação é distante. Dou um beijo em minha mãe todos os dias, mas posso contar nas mãos as vezes em que recebi alguma manifestação de carinho de meu pai e de meu irmão. O suporte emocional tb faz parte e conviver em um mesmo espaço não quer dizer que somos familia. Preciso de alguem que me abrace, me beije e me aconchegue. Cade essa pessoa?

domingo, 29 de maio de 2011

Dança

"- Dança comigo?"
"- Claro!"

Mãos se tocam
Pés caminham juntos
Corpos se emparelham
Frente a frente
Olhos se olham
Começa a música

Alguns segundos ...
Um conduz
O outro é conduzido
Movimentos se harmonizam
Deslocamento lateral
Deslocamento para frente
Deslocamento para trás

Giro simples
Giro por cima
Giro por baixo
Giro com torção por cima
Giro com torção por baixo
Giro com trava

Olhos nos olhos
"- O que você vai fazer agora?"
Não é preciso dizer nada
Os corpos vão relaxando
A sequencia de passos
É cada vez mais natural

Um toque discreto na mão
O estender do braço
"-Entendi! Giro duplo com torção por baixo!"
Nenhuma palavra
Os movimentos acontecem, a música soa
Olhos nos olhos

Medo ...
Movimento novo
Vamos tentar!
Tensão!
Passo atrás,
Deslocamento lateral com abertura
Sucesso!

Sorria, você está dançando!

A música vai diminuindo
As mãos se soltam
Os olhos de separam
Os corpos se afastam

"- Foi um prazer dançar com você!"
"- O prazer foi todo meu!"

sábado, 28 de maio de 2011

Aula de dança

Relaxa (Arleno Farias)

A gente pode tudo quando usa a imaginação
Pode ser sim, mesmo que lhe digam não
Errar o alvo é um estímulo para se crescer
Então vamos dar um gás e fazer aquele auê

Relaxa
Qual a melhor canção que você acha
Escolhe um CD e som na caixa
Vamos cantar até o amanhecer

Relaxa
Qual a melhor canção que você acha
Escolhe um CD e som na caixa
Vamos cantar até o amanhecer

Relaxa


Arleno Farias - Relaxa (AO VIVO!).wma - 4shared.com - music and mp3 sharing - download - <a href="http://www.4shared.com/audio/hSnltOle/Arleno_Farias_-_Relaxa__AO_VIV.html" target="_blank">Arleno Farias - Relaxa (AO VIVO!).wma</a>

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pela liberdade de ser triste

As pessoas mais populares nos meios sociais são as que estão sempre rindo, as que usam as melhores roupas, as que usam a melhor maquiagem, as que tem o cabelo mais bonito.


Os que tem a coragem de rir quando acham graça ou de sorrir quando o sorriso é merecido geeralmente são os preteridos e os menos populares em qualquer meio social.


Pessoas são seres fascinantemente diferentes. Não sorrir, ou não rir como hiena, não significa necessariamente um ser antissocial, simplesmente é a pessoa que tem essa caracteristica, um melancolico um introvertido. Nem todos somos extrovertidos. O introvertido lida com o meio externo a partir de seu mundo interior, muito rico e particular e o compartilhamento desse paraíso pessoal só ocorre a custa de muita. Ninguem é uma ilha , claro que não. Mas alguns simplesmente riem menso do que outros. São pessoas agradáveis tb, claro q são mas simplesmente veem a vida de forma diferente. Deixem os tristes serem tristes, aprendam a entender a diferença e

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Restringir o público para proteger o privado

Há vinte anos, estudar na USP era a única alternativa de educação superior para paulistanos sem recursos para bancar o ensino superior privado ou suportar uma mudança para as federais e estaduais do interior paulista e de outros estados. Era a época em que ENEM e cotas não existiam e o ingresso se fazia às custas de árduo estudo seguido do concorrido vestibular da FUVEST no qual, dependendo do curso escolhido, disputava-se com mais de outros 100 candidatos por vaga. Porém, egressos de escolas públicas tinham poucas chances de serem aprovados e grande parte das vagas do ensino público superior paulistano eram ocupadas por pré-pós-adolescentes brancos/orientais, com carro próprio, cara de quem sempre teve o que comer na mesa, roupas de grife e fluência em pelo menos mais um idioma além do português. Arquidiocesano, Dante Alighieri, Rio Branco, Augusto Laranja, eram os nomes de alguns dos currais de onde esse público surgia. Aos de escola pública, ou trabalhar para estudar, ou trabalhar e não estudar, ou prestar concurso público, ou ser catequizado para a prova da FUVEST através dos inúmeros cursinhos pré-vestibulares particulares que abundavam pela cidade. Nesses vinte anos, o acesso ao ensino superior foi melhorado e fazer graduação nas universidades públicas ou nas instituições privadas ficou muito mais fácil. A graduação popularizou-se mas ao mesmo tempo a qualidade do ensino de base decresceu e consequentemente a qualidade do aluno graduado é bastante inferior à do aluno pré-nova Lei de Diretrizes de Bases da Educação e das inovações nos sistemas de formação dos estudantes do nosso país. O que não mudou nesse tempo foi a condição de segurança do campus da USP Butantã. O espaço amplo que ele ocupa era de uma fazenda que na década de 1930 começou a acolher os vários institutos que estavam espalhados pela cidade. O lugar é uma ilha verde limitada pela Marginal Pinheiros, Av.Escola Politécnica, Av.Vital Brasil, Av.Corifeu de Azevedo Marques, 4 portarias de acesso de veículos, muitas portarias de acesso de pedestres. Cada instituto, cada faculdade, tem sua guarita/portaria mas alguns, como o Instituto de Química (IQ), foram gradeados e limitaram o acesso a professores, alunos e funcionários. Nos demais, o acesso público predomina, afinal a USP é um espaço público. Há muito tempo, o preço de toda essa "publicidade" tem sido a violência que se expressa em depredações, roubos, furtos e estupros. Nesta semana, os jornais estamparam mais uma história de violência na qual um aluno do curso noturno da Faculdade de Economia e Administração foi morto no estacionamento da faculdade com um tiro na cabeça. Não foi a primeira vez e infelizmente não será a última. Três dias de luto, alguns protestos e talvez após isso, mais alguns espaços sejam fechados e tenham o acesso controlado como o IQ. Estudar na USP, mesmo na era ENEM, cotas e ProUni, ainda é o sonho e a esperança de um ensino superior de qualidade de muita gente, mesmo que isso não seja de todo verdade. Entrar na USP ficou mais fácil, o difícil se tornou sair de lá, não no sentido de conclusão da graduação, o que é uma façanha também, mas no sentido de sobrevivência. Isolar fisicamente algo que é público é torná-lo restrito, é privatizá-lo. Mas em prol de quem tanto quiz fazer parte desse espaço, talvez essa seja a única maneira de preservar-lhes a vida e a integridade física.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Gotículas de saberrr serrr ...

Pense e respire, ou, não pense nada, mas continue respirando.
O cérebro precisa de descanso mas se você parar de respirar ele vai descansar para sempre.
O ócio faz um bem danado de bom !

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Vem agora

Onde estará você?
Sinto tua falta
Te quero aqui e agora
Você me é essencial

Sem você,
Minha vida se perde
Em um mar de esquecimento

Sem você,
A realidade se funde com o sonho
E a existência caminha tropega
Em meio à bruma

Vem ...
Vem agora ,
Me enlaça com seus braços,
Me envolve com tua força,
Me tira os sentidos,

Vem ...
Caia sobre mim com teu peso,
Me entorpeça, me faça calar a voz
Me torne insensível aos sons da noite

Vem ...
Seja meu companheiro
Seja meu ...
Seja ...
Sej...
Se ...

Vem ...
Se instale em mim agora,
Me fazendo dormir em pazzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzz

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Simplicity

O mundo corporativo é rico em exemplos de estratégias para melhorar o resultado dos processos de trabalho. 5S, 6Sigma, Lean Manufacturing, Simplicity... Vários termos que ao fim e ao cabo significam sempre "fazer mais com menos",ou seja, maximizar o lucro usando o mínimo de recursos. Pessoas físicas que tomam parte desses processos são usadas e abusadas até o limite físico, mental e psicológico e algumas vezes, esses limites são extrapolados como no exemplo das empresas japonesas que internam seus funcionários em alojamentos e que têm de mantê-los sob vigilância permanente devido às inúmeras tentativas de suicídio, em alguns casos, bem sucedidas. Nesse cenário o termo "simplicity" soa incoerente.
Porém, a simplicidade aplicada de forma coerente tornaria não só os processos produtivos mais rentáveis como também vários aspectos da vida humana muito mais interessantes e prazerosos. A mente humana não é nada simples e o adensamento que se constrói devido às vivências pessoais, preconceitos e conceitos, torna complicado o que deveria ser simples. As variáveis são tantas que ações básicas, primordiais e primitivas são recobertas por camadas espessas que escondem a essência distorcendo o sentido primário. Romper essas camadas envolve um trabalho árduo geralmente impossível de ser feito na individualidade e por isso contar com a amizade sincera de outra pessoa física é o recurso mais valioso para que a simplicidade dos relacionamentos possa se refletir na sanidade da mente e do corpo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Família além do sangue

Existem instituições que acolhem aqueles que ficam sós. São orfanatos, sanatórios, asilos, casas de recuperação, entre outros. Foi em um desses lugares que você apareceu, simplesmente apareceu. Apareceu, ficou. Até que um dia, alguém te percebeu e decidiu que aquele lugar não era o seu lugar. Assim, você passou a ser parte de uma família. Viveu a vida dos pais, viu os filhos se casarem, viu os pais morrerem, viu os filhos morrerem, se separarem e continuou com os que por aqui ficaram. Continuou cuidando, participando, sendo parte. Tão família, que você era chamada de tia, de avó, de irmã, amada e querida por todos. Nesse final de semana foi o dia das mães, e de longe vieram os parentes para te ver e te apresentar a mais nova integrante da família. Você se alegrou, riu e se emocionou com esse carinho de tão longe. Os de longe se foram. E hoje de manhã você se foi também. Depois da alegria do final de semana, no domingo a noite, seu corpo frágil decidiu que era hora de parar. Perda de Consciência, Hospital, Emergência, AVC, Transferência, UTI. É hora da visita: "lavem as mãos e desliguem os celulares". Sou a primeira a entrar e me perco entre os leitos. Te encontro fragilizada e quase não te reconheço. "Oi Tetê, sou eu". Por um momento, tenho a sensação que apesar de toda a parafernália do hospital você me reconhece, se mexe e aperta minha mão. Fico um tempo ao seu lado, mas tenho que ser breve, outros também querem ficar ao seu lado. Te acaricio o rosto, te dou um beijo, me despeço, e mais uma vez me perco entre os leitos, não encontro a saída. Me acho, me despeço dos que esperavam para entrar, me perco de novo na saída e chego à rua sem entender direito onde estou. Hoje de manhã, mensagem no celular "Teresa faleceu". Me perco de novo, mas daqui a pouco, me encontro com você de novo, dessa vez, a última por aqui. Tetê, o conceito de família vai além dos laços de sangue e você foi parte importante de uma família enorme que te acolheu, te amou e te cuidou em cada um dos dias em que esteve com você. Sentiremos tua falta. Até logo.

sábado, 7 de maio de 2011

A densidade do feminino




Estar de corpo, alma e espírito em um lugar é o que se chama de "tempo de qualidade". Conseguir direcionar atenção integral mesmo que por um pequeno período de tempo, ou seja, direcionar o foco a uma determinada ação sem interferentes resulta em níveis de satisfação pessoal bastante interessantes. É "fazer a coisa certa do jeito certo", respeitando a "coisa" seja lá o que a "coisa" seja e respeitando-se também. Mulheres tem facilidade em fazer muitas coisas ao mesmo tempo enquanto que homens tem dificuldade de agir assim e preferem fazer uma coisa de cada vez. Talvez daí derive um pouco da insatisfação feminina em relação a tudo e da dificuldade do ser masculino em entender isso. Eles são mais objetivos, elas são muito menos que eles. A sensação de dever cumprido, de ter feito o melhor que se podia ter feito por ter estado presente por inteiro quando se deveria estar, é algo libertador. Acho que é por isso que em muitas aspectos, os homens são bem menos densos que as mulheres.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Primeira linhagem de células-tronco brasileira não é brasileira

As células-tronco representam a esperança de terapia genética para doenças como o Mal de Alzheimer. A primeira linhagem brasileira desse tipo de células foi obtida em 2008 poucos meses após a liberação da pesquisa com embriões pelo Superior Tribunal Federal. O material utilizado para chegar-se a essas células-tronco foi o de amostras de cordão umbilical armazenadas em clínicas de reprodução. Qualquer tipo de serviço relacionado à fecundação artificial tem um custo bastante elevado e por isso é restrito a um grupo social bastante específico que não representa a grande maioria da população brasileira. Por essa razão, a análise genética dessa primeira linhagem mostrou-se bastante distante do que seria a mescla de raças de um brasileiro e ficou mais próxima de outros grupos populacionais tais como o europeu. Ou seja, a primeira linhagem de células-tronco brasiliera não atenderia à grande maioria dos brasileiros que fazem parte da massa de atendimento do SUS e ficaria restrita aos que podem pagar pela saúde privada. Os estudos nessa área continuam e sinceramente espero que os grupos de pesquisa tenham acesso a material humano que represente melhor a miscigenação racial do Brasil. Uma das maneiras de viabilizar esse acesso é ampliando o banco de amostras do REDOME, grupo que coleta dados para doação de medula óssea. Dessa maneira, haverá a possibilidade de desenvolver uma linhagem de células mais compatível com a mistura genética de nosso país e esse tipo de terapia poderá atender a um maior número de brasileiros.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Números feios

As análises estatísticas fotografam situações específicas e permitem conhecer e analisar detalhes que poderiam se perder em meio a uma multidão de informações e o atual censo do IBGE traz muitos dados interessantes e horripilantes sobre o Brasil.
4 milhões de pessoas é um número maior que a população de países do leste europeu como a Eslovênia, ou de cidades como Berlim, Paris, Roma, Madri, Recife e Rio de Janeiro. Pois é esse o número de pessoas que não têm renda alguma no Brasil. Um outro grupo bastante grande é o dos que vivem com até R$ 70,00/mês graças aos programas assistenciais do Ministério de Desenvolvimento Social e de Combate à fome.
Enquanto isso, um outro grupo gasta cerca de R$ 13.000,00/ano (quase R$ 1.100,00/mês) , para poder se alimentar fora de casa em todos os dias do ano.
Conheci esses números entre ontem e hoje e ambos me parecem absurdos, mas são absurdamente reais.

domingo, 1 de maio de 2011

Informar e conhecer

Concordo que vivemos na era da informação. Todo mundo sabe um pouco de tudo pois de tudo um pouco está disponível para quem puder ter acesso aos meios de comunicação, principalmente à mídia eletrônica.
Na mídia escrita, isso também acontece mas, geralmente, a qualidade da informação é melhor pois existem os revisores de texto que têm a função de pelo menos corrigir a linguagem usada além do conteúdo que pretende-se divulgar. Porém, alguns dos conteúdos que são divulgados chegam ao público já desatualizados ou têm tempo de vida muito curto. Nesses casos, que acontecem principalmente com os textos da área de sistemas de informática e da área jurídica, a mídia eletrônica seria um melhor meio de divulgação. Assim, poderiam ser evitadas as situações como a da liquidação de uma coleção jurídica de 10 volumes gordos de quase R$ 1.000,00 por menos de R$ 100,00 que se não for vendida irá mofar em alguma biblioteca até que um pós-graduando interassado no histórico de uma jurisprudência procure o livro, ou irá parar em algum local de reciclagem, ou terá outros fins diversos.
A comunicação através da mídia eletrônica acaba impondo-se por uma série de facilildades. Até livro eletrônico já existe e a vantagem de armazenar vários volumes em um dispositivo que cabe em uma bolsa é extremamente atraente. A mídia eletrônica é democrática pois permite a ilustres desconhecidos divulgarem qualquer conteúdo e tornarem-se celebridades instantâneas e descartáveis ou a tornarem-se conhecidos para quem quiser conhecê-los. Por exemplo, eu aqui e agora, talvez esse texto seja só mais um dos meus textos ou talvez alguém o leia, conheça um pouco do que eu penso e comente alguma coisa sobre o que eu escrevi. Mas a mídia eletrônica também pode ser controlada e direcionada para determinadas funções que é o que acontece em países que ainda contam com regimes autoritários.
Nesse contexto, vão se criando pessoas formadas e formatadas com informações cada vez mais rasas. É muito comum a reprodução de uma informação por diversos sites sem que a origem da informação seja citada por ninguém. Apropria-se do pensamento de um outro, que ninguém sabe quem é, e faz-se disso a verdade.
Mas a verdade, de verdade, é o conhecimento que liberta da ignorância e que nos faz livres e a qualidade é algo que se constrói e que não é presa à individualidade mas a um consenso que leva ao bom-senso que deve estar fundamentado em fatos comprovados e não impostos por uma opinião isolada.
A sociedade informada que está se formando é prisioneira eletrônica de dispositivos cada vez mais mirabolantes e surpreendentes e caminha a passos largos para uma nova idade das trevas. É a repetição de um ciclo histórico revivido na era contemporânea.
Para constar, essa reflexão veio da leitura do texto "O risco da ignorância" do prof. Massimo Pigliucci publicado na edição do jornal "O Estado de São Paulo" de hoje.
Para terminar, o mundo perdeu um de seus grandes tristes. Ontem, num sábado, morreu Ernesto Sabato.

sábado, 30 de abril de 2011

Desviuvando

Quando a viuvez chega, a sensação que fica é que a metade de nosso ser se foi. Para permitir-se continuar vivo após o luto é necessário entender e aceitar que cada pessoa não é "meia pessoa" mas sim um ser único e inteiro. O outro que chega em nossa vida complementa e compartilha, deixando a existência muito mais rica, mas não dos faz sermos mais inteiros do que já somos. O aprender a caminhar sem a presença física de um ser amado que deixou de existir é uma premissa de sobrevivência pois viver pela metade uma vida que é inteira é privar-se da intensidade que cada experiência que o mundo dos vivos pode dar.

Usando-se para o bem do outrem



Shemar Moore é um ator estadounidense que interpreta o detetive Derek Morgan no seriado "Criminal Minds". Seu personagem é um ex-policial de Chicago que passou a fazer parte do grupo de análise comportamental do FBI que busca solucionar crimes estudando pistas que indiquem como funciona a mente do criminoso. Derek além de ter a habilidade de analisar perfis psicológicos também representa o lado truculento da equipe devido ao seu porte físico, musculatura privilegiada e experiência como agente nas ruas de uma cidade grande. Derek é assim pois Shemar é esportista e cuida muitíssimo bem de seu físico. Atualmente ele tem pouco mais de 40 anos mas continua no auge corporal.

A mãe de Shemar foi ou ainda é portadora de esclerose múltipla e na tentativa de auxiliar pesquisas nessa área ele passou a organizar um torneio ciclístico a fim de arrecadar verbas. Esse é um dos muitos exemplos de usar-se para o bem do outrem, nesse caso, motivado por uma situação familiar. Que bom seria se mais pessoas assim agissem.



terça-feira, 26 de abril de 2011

Eis que surge ...



Anna Clara!
21:05,
há 5 minutos você chegou,
Querida, amada, esperada!

Um dia ...
quem sabe um dia,
você, já menininha,
fique tão feliz
como eu agora

E sorria
quando souber
que mais alguém chegou,
e por mim chegou

segunda-feira, 25 de abril de 2011

As coisas mudam




O auto-conhecimento se dá não só pelo mergulho no "interior do meu interior" mas também pelo conhecimento e pelo convívio com o outro.
Quem me conhece de longa data sabe que as três coisas (não comportamentos) que eu mais odeio são: melão, elevador e pagode.
Mas, senhores e senhoras, as coisas mudam!!! Opiniões, ideias e gostos podem ser reavaliados e mudados. Incrível perceber que isso acontece de verdade!ACONTECE e pode acontecer com qualquer um!
Outro dia, experimentei um melão no CEASA. Um tipo diferente, não esse amarelo. Estava bem gelado e o feirante foi tão galante que parecia um insulto não experimentar. Foi uma surpresa boa demais e acabei me apaixonando pelo melão pele de sapo. Apesar do nome horrível, o sabor é surpreendente. Nesse dia, deixei de ser uma melãofóbica e tenho me permitido até o amarelo.
Sou fã de escadas tanto que não me incomoda subir vários andares, chego até mais cedo para fazer isso. Cronometrei o tempo e até o oitavo andar são 3 minutos em velocidade lenta e passo bem tranquilo. Não gosto de elevador, pela sensação de apnéia e de invasão de território. Elevador panorâmico? Pânico total! Mas ortopedistas podem recomendar que o subir escadas seja evitado para poupar joelhos com condromalácia. Morar em um 16º andar também pode cooperar para essa mudança de opinião e tornar o elevador um meio de transporte muito bem-vindo.
Pagode:"ai vem o desespero, machucando o coração, eu me entrego por inteiro implorando o teu perdão!". Junto com essa letra havia uma dancinha feita por homenzarrões fortões e bigodudos. Quando ouvi isso, quando vi isso ... decidi que odiaria o pagode. Mas quando comecei a aprender a dançar e quando um pagode foi usado para responder uma situação bem pessoal, minha opinião mudou. Não virei fã, mas o ódio passou e agora vejo com outros olhos as rodinhas de pagode pelas calçadas da cidade.
Portanto, queridos amigos, no próximo amigo da onça um vale-elavador, com CD de pagode e melão amarelo deixarão de ser presentes engraçados. Declaro encerrada a fase tortura MEP (melão-elevador-pagode).
Deixa acontecer naturalmente ...

http://www.youtube.com/watch?v=tKChV_aBLcc&feature=fvwrel

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Há 20 dias ....

Não entendo a cultura do desapego
Acredito no apego
Acredito e me apego a isso
Mas talvez seja hora de desapegar
Entender que não existe infinito no que é finito

Ergo sum: Penso, logo existo !
A existência é finita
Finitos são os relacioamentos
Finitos são os compromissos
Finitos são os desejos
Finitos ...

Carpe diem: Aproveite o momento!
Aproveite pois o momento é finito
Desaparece, como a neblina
Se perde
Se esvai
Se vai
Se esvazia
Finito ...

Se foi
Fiquei eu
Na finitude
Na incompletude

Há 20 dias ...
O que foi?
Passou, não lembro
20 dias, se foram
Acabou
Findou

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sozinho acompanhado

Solidão na multidão
Solidão no grupo pequeno
Solidão a dois
Sozinho acompanhando

Solidão sozinho
Só eu
Eu só

Eu

Sozinho acompanhado
Truco
Blefe?

Vai saber ...
Todo mundo é só
Sozinho só
Sozinho acompanhado

http://youtube.com//watch?v=LU_QR_FTt3E
O que se quer da vida?
Viver é mais um ciclo com começo, meio e fim. Algumas pessoas nascem sabendo o que serão, por exemplo, os filhos de reis. O príncipe William sabia antes de existir que sua vida estaria ligada à política inglesa.
Outras pessoas vão descobrindo caminhos ou trilhando os caminhos já abertos por antepassados, como por exemplo nos negócios familiares que vão passando por gerações e gerações.
Sempre, você será avaliado contra alguma parâmetro que determinará se você é ou não um sucesso. A resposta a isso irá determinar a quantidade de pessoas que irão te querer por perto e as oportunidades que irão surgir.
Se você tem 1 ano e começou a engatinhar, ok, você é um sucesso; aos 2, espera-se que você comece a falar; no final da primeira década, você tem que escrever, ler e falar seu idioma materno com intimidade; aos 20, espera-se que você tenha concluído o ensino médio, feito um curso técnico, entrado na faculdade, e esteja falando e escrevendo mais um ou dois idiomas além do seu idioma materno; aos 30, espera-se que você esteja empregado, casado ou emocionalmente encaminhando... Muito bem, este é o padrão de sucesso e existem pessoas que o buscam com muito afinco. Conseguem e se sentem frustrados.
Então, o que se quer da vida?
Algumas pessoas vivem como se não estivessem onde estão. Vivem na espera e na esperança da mudança e da novidade.

domingo, 17 de abril de 2011

A simplicidade da beleza

As coisas mais lindas e mais significativas da vida são as mais simples.
A companhia de pessoas queridas em momentos importantes faz sentir-se amado na alegria e na tristeza. Que privilégio poder viver isso!

http://www.youtube.com/watch?v=MGmUHepwVE8

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mexa-se!

A atividade física faz bem para o corpo e para a mente também. Vários são os estudos que usam modelos animais e humanos para mostrar que mexer-se de forma programada além de melhorar o tônus muscular, desencadeia uma série de mecanismos fisiológicos que resultam no bem-estar geral da pessoa humana.
Atividades individuais como a natação, treinam a concentração, o foco, o atingimento de metas pessoais.
As atividades em grupo como a dança, treinam o respeito, a confiança, a atenção e acima de tudo a socialização.
Seja sozinho, em dupla ou em grupo, mexer-se é importante.

Ossos do ofício

Depois de ensinar, avaliar o aprendizado de um aluno é o que julgo ser mais difícil.
Usando o método de prova individual 30% objetiva/70% dissertativa, 60% dos meus alunos ficaram abaixo da nota média! Quer dizer: somente 40% captaram o conteúdo e conseguiram responder às questões propostas em prova. Nenhum aluno gabaritou a prova e a maior nota foi 9,5.
Conversei com professores de outras disciplinas e o desempenho em prova foi parecido.
As provas aconteceram todas na mesma semana e acredito que esse seja um fator a ser levado em consideração; além disso, muitos alunos começaram nas turmas na segunda quinzena de março, então muito conteúdo foi perdido. Seja lá como for, média 4,0 é ruim demais!
Esse desempenho me incomoda muito pois me sinto avaliada por ele também.
Não posso ter a ingenuidade de acreditar que todos irão conseguir entender. Existem muitos fatores envolvidos nesse processo e eu não tenho poder sobre a maioria deles mas que eu tenha sabedoria para fazer o melhor no que eu puder ser melhor do que sou agora.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Realengo

O dia de ontem começou com o rádio-relógio me falando que alguém pegou carona no avião da presidente. No meio do dia, pouco antes do almoço, fiquei sabendo que um rapaz de seus 20 e poucos anos havia entrado em uma escola do Realengo no Rio de Janeiro e atirado nos alunos. Alguns morreram, outros ainda estão hospitalizados e os números só não são maiores porque alguns alunos conseguiram fugir e pedir ajuda a um policial militar que atingiu o rapaz atirador na perna e que logo depois se matou com um tiro na cabeça. Duas situações de invasão. É óbvio que a primeira notícia foi abafada pela segunda e ontem e hoje e pelas próximas semanas haverá um sem número de interepretações e leituras do que aconteceu. Chorei quando soube da história do Realengo. Tenho circulado por escolas públicas de São Paulo e convivido um pouco com os professores, funcionários e alunos. Já vi cenas de violência entre os alunos, que foram parar na mídia local, envolveram a Guarda Escolar e que culminaram com a expulsão/transferência dos responsáveis. As escolas que visitei têm um controle razoável dos que passam pelos portões. Alguns pulam os muros altos, mas o acesso não é tão simples. O rapaz do Realengo era ex-aluno. Entender o por quê de sua atitude ocupará várias mentes e teorias diversas serão postuladas. O Estadão de hoje diz que ele havia sido Testemunha de Jeová e que estava atualmente envolvido com o islamismo. Os grupos islâmicos brasileiros já disseram que não têm nada a ver com essa história. Muitas vozes vão tentar explicar e buscar a motivação do Wellington, o rapaz do Realengo, e outras tantas vão tentar se defender. No meio disso tudo, existem pelo menos até agora 13 mortos, outros tantos feridos, alguns em estado grave. Crianças, adolescentes, vidas novas. Alguns Wellingtons em potencial, outros tantos anônimos que seriam mais alguns brasileiros de classe média-baixa e outros tantos anônimos que talvez conseguissem ser mais que isso. Histórias que tiveram ponto final em 07 de abril de 2011 por causa de um rapaz chamado Wellington, solitário, triste, quieto, nenhum ou poucos laços. Analisar tudo isso, entender tudo isso ... algumas explicações vão se formar, mas nenhuma vai ser boa o bastante para trazer à vida aqueles todos que se foram. Meus sinceros sentimentos e minhas orações pelas famílias enlutadas.

terça-feira, 29 de março de 2011

Mandatos de 5 anos

Gostar do que se faz? Fazer o que se gosta? E quando não se sabe o que se gosta? Ou se gosta e não se sabe? O mundo é imenso e a alma é vasta ... A vida poderia ser dividida em pequenas vidas Com início, meio e fim Em cada pequena vida, viveria-se uma história diferente Com início, meio e fim Tem tanto para se ver, Tanto para aprender, Tanto para se fazer, Tanta gente para conhecer! Como fazer tanto em uma vida só? A vida poderia ser dividida por mandatos Mandatos de 5 anos Com equipe de transição, Com planejamento estratégico E toda a parafernália administrativa de um governo Cada quinquênio seria vivido intensamente "50 anos em 5" Se assim fosse, eu já teria 350 anos de experiência!

domingo, 20 de março de 2011

Somatizando

A dor da alma passa para o corpo
Devagar, num passo lento
A dor do corpo se instala
Analgésicos
Exames
Não vão resolver
A dor que vem da alma
Dói na carne
Dói nos ossos
Mata o sono
Asfixia cada célula
Derruba os fios de cabelo
Anula o apetite
Apaga o desejo
Extermina a vontade
Falta muito para terminar?
Que chegue a noite eterna
Que cesse o alvorecer

Há braços?

Ainda há braços
para o abraço?

Ainda há braços
para o conforto?

Ainda há braços
para o carinho?

Ainda há braços
para o afago?

Ainda há braços
para o amor?

Aqui ainda há braços
para abraçar, confortar,
acariciar e amar

Dois braços que abraçam,
confortam,
acariciam,
amam

Dois braços que anseiam
pelo compartilhar
do abraço de outro
par de braços
que também
o abrace,
o conforte,
o acaricie,
e o ame.

Incluído no vazio

No meio da multidão você é alguma coisa e está em algum lugar. Na verdade, você é mais um personagem, seu rosto mostra um sorriso, suas mãos se ocupam com um copo ou com uma garrafa, seu corpo se convulsiona em uma pista de dança esfumaçada onde pessoas se veem como vultos iluminados que aparecem e desaparem no ritmo das luzes, mas não se reconhecem, se tocam, se pegam, se usam, se deixam usar.
No meio da multidão você é parte do nada. O sorriso nasce do nada, a conversa começa e não termina, o estar entre as gentes é mais importante do que estar com as gentes.
No meio da multidão você entra em contato com sua solidão e o ser o e estar se incluem no vazio.
No meio da multidão você entende que sua solidão é sua companhia, é sua casa, é o seu lugar.
No meio da multidão você percebe a sua insignificância.
No meio da multidão você compreende que a sua solidão deve ser compartilhada, cuidada, orientada e tratada por algo maior do que você e do que os seus iguais, você sente sede e fome do que denomina-se Deus.
No meio da multidão você se encontra no "interior do seu interior", vazio e sem graça, sente a necessidade da Graça que é de graça e se assim quiser pode libertar-se do seu nada e compartilhar a solidão acompanhada com outros solitários que sorriem para o nada.

Soundtrack: Bigger than us: White lies
http://www.youtube.com/watch?v=Ts4P2vckNNE

sexta-feira, 18 de março de 2011

Fermata

Samba de roda, bombom Sonho de Valsa, paçoquinha Amor, camisa do Corintians, depoimento gravado, painel de fotos, discursos das filhas, rezas dos que acreditam em Deus, só para eles, pois você se dizia ateu mas talvez fosse um agnóstico.
Um ser pulsante, pensante, política e socialmente engajado.
Samba da Portela de saideira, hora de fechar o caixote de madeira, seu neto diz "Hora de carregar o véio" e com um ar meio inconsciente e ébrio de quem parece que não sabe ao certo o que acontece, parte para ajudar outros 5 que te carregavam. Hora de arrumar a bagunça, tirar as fotos, juntar a comida e a bebida, levar as flores...
Você já esteve nas despedidas de muitas pessoas nesse mesmo lugar. Mas dessa vez as letras do painel formaram o teu nome. Lá vamos nós, passar por corredores onde fotos nos olham e datas marcam o começo e o fim de tantas histórias. Nada de luxo, tudo muito simples. Dando a cada um conforme a sua necessidade e a tua agora é a de um buraco e de algumas pás de terra para te cobrir. E lá vai o que você precisa agora, à terra, e nós, à vida.
Silêncio. Fermata.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Hilário


Teu porte imponente, alto e magro, te fizeram ser notado sempre.Vendo as fotos antigas, é impossível não perceber a tua similaridade com o bisa: José Molina Rubio, só faltou o bigode.
Hilário é o teu nome, mas você não foi tão hilariante quanto o nome anunciava, pelo contrário, foi um ser pensante, serio e inquieto de ideias. Teu jeito calmo de falar, de articular, de conversar, tuas ideias lúcidas, tua lógica, tua melancolia ... te fizeram um dos parentes mais queridos. Impossível ir para praia sem passar na tua casa, ficar horas na varanda, jogando conversa fora, falando sobre o nada, sobre o tudo, sobre a vida dos vivos e dos mortos, dos conhecidos e dos desconhecidos, admirar o jardim que você plantou e cuidou sempre com tanto carinho, brincar com os cachorros que sempre te foram companheiros e que pareciam refletir tua personalidade. Flores multicoloridas, alho poró, berinjela, abobrinha, cebolinha ... tudo tão lindo e tão bem cuidado! No início desse ano, colhemos juntos um pouco de alhó poró e mal sabia eu que aquela seria nossa despedida das ciências agrícolas de quintal.
Teu gosto pela leitura e pelas palavras cruzadas me contagiaram. O "Ramalhete de trovas", aquele livro de versos que você me deu quando eu ainda nem sabia ler direito, como eu gostei daquilo! Repeti a leitura tantas e tantas vezes que perdi a conta, só sei que o tempo passou, as páginas estão amarelas e têm cheiro de passado.
Hoje parece ser um dos teus últimos dias depois de quase 80 anos por aqui. Há pouco te visitamos, antes dessa cirurgia cardíaca que tinha a intenção de te recauchutar. Éramos 12 pessoas num quarto onde só 2 visitas seriam oficialmente permitidas. Rimos, cantamos, contamos histórias mas você estava preocupado. Sabia, sentia que aquela poderia ser nossa despedida e queria dizer isso. Nós tambem sabíamos e sentíamos mas preferimos gastar esse tempo rindo e te fazendo rir.
A situação é delicada, medicamentos e equipamentos te mantêm vivo. Tua magreza aumentou, tuas rugas e manchas senis se acentuaram, teus cabelos brancos tão abundantes, tão lindos, são mais uma marca do tempo que passou e que agora cobra o preço. Teu sofrimento físico nos faz querer que você pare de lutar para que a tua dor pare e que você descanse.
As bebedeiras, as cantorias, as pescarias que você compartilhou com tanta gente... A memória, a história, a saudade, aquele sino que tange na catedral do peito, como dizia uma das trovas do livro que você me deu, serão nossas companheiras mas jamais te substituirão.
"Adiós muchachos compañeros de mi vida ..." acho que você cantaria isso e falaria alguma coisa com sua voz de tenor, se esses tubos não estivessem te fechando a garganta... Depois, você faria um discurso, levantaria da tua cadeira, abraçaria cada um, caminharia lentamente até o portão marrom de madeira que tem por cima um arco de flores lilases e em companhia da Vitória, a cachorra pretinha que tanto te estima, abriria o trinco, iria para a calçada, fecharia o portão, faria um breve aceno e sairia para caminhar. Se você pudesse, acredito que talvez fizesse assim.

Amigos

Amigos mais chegados que um irmão. Na infância, todos nossos amigos parecem ser assim e esse sentimento permanece por boa parte da adolescência.
Depois, vamos aprendendo que nem todas as pessoas são dignas de nossa confiança e que encontrar um amigo é como encontrar um tesouro.
Tive a sorte de encontrar alguns desses tesouros. Alguns já sairam de minha história e outros permanecem bravamente, desafiando tempo e espaço. Quando nos reencontramos, retomamos de onde paramos e assim seguimos até a próxima despedida e o próximo reencontro.
Novos se achegam e ficam por um tempo enquanto alguns velhos se afastam e depois desaparecem como uma fumaça. Queria que todos ficassem, mas seria egoísmo querer que fosse assim. Cada ser é livre para seguir seu caminho e quem é mais chegado que um irmão ama a ponto de entender que em alguns casos os laços simplesmente se diluem e que a lembrança do que se viveu será a marca de que cada momento valeu a pena enquanto pode ser eterno.

domingo, 13 de março de 2011

Pay the piper for your choices but remind that you can choose again and again ...

This tittle was just a reflection after an English class about "English language: discursive aspects". Cristina Arcuri Eluf is my tutor and she is an amazing professional. Her lectures are very interesting and she really expends a personal effort to make the time we expend togheter special and significant.
I was learning about chuncks and "pay the piper" was one of the chuncks that I had learned. It means something like "be responsible by the consequences".
Thinking about it I could not avoid the reflection about a second chance. Our present is consequence of our choices and we are paying the piper by them. But the costs cannot be the unique movement in this time. The new begginings are possible, depending on the choices we had assumed.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Os amores da minha vida

Durante a vida vamos colecionando amores. Amores por pessoas, objetos, sentimentos, situações. Se a energia pessoal direcionada para essas variáveis não for canalizada respeitando-se o limites do indíviduo, elas se tornarão mais importantes que o próprio indivíduo.
A probabilidade de um pessoa adoecer fisicamente e psicologicamente pelo não -estabelecimento do "até onde isso é importante" é enorme! Os amores irão corroer as entranhas do ser, do fazer, do pensar, do estar, do querer. Matarão ou corromperão as vontades e farão da existência um período insuportável.
Que os amores tenham limite, que o fardo seja leve e que a vida seja plena da Graça.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Divagando: sobre expectativas

Parâmetros de qualidade servem como limites para classificação se algo é bom ou ruim. Quando não existem ou são muito baixos, um resultado medíocre ganha tons de prêmio Nobel. Mas parâmetros também podem ser criados ou aumentados frustrando uma expectativa que antes era plenamente atendida.
As experiências acumuladas durante a vida têm um impacto direto sobre os valores pessoais que se moldam plasticamente às novas exigências do indíviduo e alteram suas percepções sobre o que é bom e o que é ruim. Alguns abandonam seus valores e ficam à mercê do acaso, outros agregam novos valores aos já existentes, outros ajustam a sintonia e ainda outros são refratários à mudança e permanecem agarrados a conceitos que mais fazem mal que bem. Os conteúdos pessoais e os estímulos do ambiente compõem os elementos que atuam no processo de valoração. Ambos podem ser mudados e por isso a expectativa de resultados diferentes é plenamente suportada e justificada. A estratificação de bom e ruim, a creditação/desacreditação de conceitos, tudo é sujeito passivo de mudança pois tudo se move, até mesmo quando parece parado, o movimento browniano é quem não me deixa mentir.
Os ciclos não param jamais, as expectativas se anulam, se moldam, se criam, em velocidades pessoais que nem sempre seguem o mesmo passo das oportunidades que aparecem pelo caminho.
Quem espera tem expectativa e quem não espera também tem pois espera pelo nada e o nada também é uma resposta. A qualidade da resposta ou a resposta nula é que irão satistafez ou frustrar, fazer feliz ou fazer chorar.

Thinking

Conquistas e derrotas fazem parte da história pessoal de qualquer um. Não são escolhas, são resultados de escolhas bem ou mal feitas. Revisitar as conquistas é um momento de autoafirmação em que olha-se para si mesmo e tem-se a impressão de que tudo é possível. Olhar as derrotas e as escolhas mal feitas azeda a alma e paralisa a ação.
In a very ancient day, someone sad me that I was the type of person who would build and would get everything I´d want due to my way to deal with things. I believed in his words and they were as a blessing over my life, besides he does not be a believer or the type of person who belives in faith. Due that I became a lot of things that I had never thought that I could be. I crossed the avenue by myself, I was the widow under 20, I was the flutist, I was the one that enter in the most difficult university of the country, I was the one that became pharmacist without undestand chemistry, the one that read a English article about diabetes without understand nothing about phisyology or English or diabetes, I made pharmaceutical products, I did musicals, I did, I made, I was ..
the one that dreamed that all things would be possible and a hard and serious work would made all things possible. I believed and I did a lot as I could.
I want to still be a believer and build the impossible and unbelieveble from my imagination.
I don´t want to became the bitter person that I found in some friends but I want to be a fresh person that allways believe in the possibilities and in the new opportunnities to make again and that I will strike in a right way maybe not now but one day again.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Indo

Você me fez para ficar

Mas eu quiz sair
Eu quiz e sai
Sai para vida
E vivi

Vivi longe de você

Vivi a cidade universitária
Vivi Taboão da Serra
Vivi New York
Vivi o México
Vivi a Argentina
Vivi a Europa
Vivi o Nordeste
Vivi o Norte
Vivi o Sul
Vivi o Sudeste

Vivi longe de você

Mas você viveu perto
Foi você o meu suporte
Foi você quem construiu
Esse novelo que me envolve
Que me protege
Que me sufoca
Que me inclui

Agora quem se vai é você
Um pouco mais a cada dia
E eu também me vou
Para longe outra vez
Mais uma vez me perder de você

A distância vai aproximar
Mais do que a proximidade
E o pouco que ainda resta
Será melhor que o muito que passou

Vou me embora
Vou para longe
Mas ficarei perto
Sempre e sempre

Sendo o melhor que eu puder ser
Enquanto eu puder ser
Enquanto eu viver

Vagamente divagando

O amor em versos
O amor em prosa
O amor no olhar
O amor no fazer
O amor no criar
O amor no ser
O amor no amar

Que não seja jóia rara
Que não seja preciso insistir
Que não seja preciso fingir

Que seja de verdade

Que ele encontre em mim
os motivos para amar
Sem que eu precise pedir
Sem que eu precise explicar
Sem que eu precise mudar

Ame-me pelo que sou
Não pelo que pareço ser
Ou pelo que quer que eu seja

Ame-me por inteiro
Ame-me com integridade
Ame-me com verdade
Ame-me com vontade

Com o amor que é só teu
Simplesmente
Ame-me

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O querer nem sempre é poder e muito menos ter. Quero coisas que nunca poderei ter,

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Temas não relacionados

Nano, nano, nano,
Rutina, crosslinker,
Permeação cutânea
Efeito dérmico
Efeito vascular
Efeito antioxidante
Estequiometria de reação de reticulação
Qual utilidade disso tudo? Para quem? Para quê? Por quê?

Epidemiologia,
Utilização racional de medicamentos,
Estudo sobre medicamentos,
Questionários, pesquisa de campo,
Bioestatística,
Sem equipamentos, sem materiais de consumo,
Análise populacional,
Caracterização de consumo,
Auto medicação,
...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

De volta à bancada

Erlenmeyer, Bureta, Agitador magnético
Glutaraldeído, Gelatina B, Bloom 225, Acetona
Água Milli Q ...

Dessolvatação, Ponto Isoelétrico, pH
Formação de turbidez,
Formação de precipitado,
Fase de purificação,
Proteínas de baixo peso molecular
Fluxo de gotejamento
Velocidade de agitação
Temperatura de aquecimento
Micropipeta e ponteira

Medição de potencial Zeta
Medição de diâmetro médio

Zeta sizer, Synth, Sigma, Eppendorf !!!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A metade do nada



Nas últimas semanas, mulheres e homens italianos tem se manifestado publicamente sobre a situação feminina na Itália. O estopim desse movimento foi o notório comportamento machista de Sílvio Berlusconi, que ainda é o primeiro-ministro do país, e que mais uma vez ocupa a mídia mundial devido a escândalos sexuais.
"A metade do nada" foi como a ex-esposa de Berlusconi, Veronica Lario, definiu a condição da mulher na Itália país no qual a violência contra a mulher é elevada (quase 45% da população feminina já sofreu violência sexual, física ou psicológica e cerca de 70% desse número foi vítima do próprio parceiro), a diferença salarial entre homens e mulheres é grande e o número de mulheres em cargos de liderança política ou empresarial é pequeno.
Cada povo tem seu tipo de beleza e o da mulher italiana ficou conhecido como o de formas nada modestas e de traços faciais marcados por nariz, boca e olhos nada discretos. O modo brusco e grosseiro dos italianos aliados à percepção sexista de homens como Berlusconi que entendem que essa embalagem carece de conteúdo inteligente faz com que conselhos do tipo "procure um homem rico para se casar" sejam dados às jovens italianas que ambicionam a independência econômica.
Parte de minha origem é italiana e eu me envergonho e me enojo com a situação da mulher no país de meus antepassados. Minha nona era inteligente, fisicamente forte e bonita e graças a esses atributos ela conseguiu parir 9 filhos, criá-los e enterrar alguns em terra diferente da sua, trabalhar na lavoura com um marido que morreu aos 35 anos, casar-se pela segunda vez e ter mais 2 filhos.
"A Itália não é um bordel!" é uma das frases escritas nos cartazes dos que tem ido às ruas. Tenho simpatia, me solidarizo e apoio esse movimento mas seria ingenuidade acreditar que mudanças de comportamento em relação a um preconceito arraigado há tanto tempo irão acontecer de um dia para o outro. Mudanças podem e devem acontecer, mas elas serão lentas. A manifestação popular junto com o apoio de entidades não governamentais internas e internacionais serão fundamentais para manter o assunto em foco e fomentar esse processo.
A situação da mulher em território brasileiro não é lá muito diferente da mulher italiana, mas o prognóstico do Brasil é muito mais promissor. Diga-se de passagem que existe uma mulher no cargo político mais importante do país e confesso que fui uma das pessoas responsáveis por isso e que até agora não me arrependo da escolha que fiz.

referência da imagem: Reuters (publicada pelo "Jornal de Londrina" em 13/02/2011)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Indo embora


Cumbica, nuvem baixa ou nevoeiro em tupi-guarani. Pelo significado do nome, não seria o lugar mais indicado para a construção de um aeroporto, mas é bem num cumbica que está o aeroporto internacional de Guarulhos.
Passeio, trabalho, estudo, seja lá qual for o motivo, diariamente, milhares de pessoas passam pelo aeroporto de Cumbica, indo e vindo, num frenesi intenso que ocupa as 24 horas do dia.
A ida é sempre tensa pois é o sair do conforto, deixar as caras e as rotinas conhecidas e chegar ao novo. A vinda, é o retorno e, geralmente, é bem mais tranquila pois quando se volta, se volta para alguém e para algum lugar que já foi nosso algum dia.
Chegar 4 horas antes para despachar as malas, fazer palhaçadas com quem foi acompanhar, se despedir tentando não ser tão emotivo (ou abrindo o choro sem cerimônias) e depois aguardar sozinho na área de embarque até que se forme a fila para entrar no avião. Depois disso, é curtir o serviço de bordo e procurar adaptar o corpo ao ambiente pressurizado. Às vezes ficamos inchados, enjoados e não conseguimos dormir mas em algumas horas chega-se a lugares totalmente diferentes que em alguns casos se tornarão a nova casa.
Com as tecnologia modernas, a comunicação com os queridos que se vão é mais simples e por isso a distância de um oceano e mais alguns km de terra, parece ser muito menor do que os quase 10 mil km que os mapas dizem existir entre os lugares em que estaremos. Com a transmissão da imagem e voz, irá parecer que é só atravessar o monitor para podermos estar perto.
Mas e o tempo? Como lidar com ele?
O tempo passa, não há como pará-lo. Muita coisa vai acontecer. Algumas já são previstas e planejadas, mas outras são inesperadas e exatamente por isso são impossíveis de prever.
O resultado do binômio "tempo + espaço" será saudade e aprender a conviver com ela não será uma escolha mas uma obrigação.
A distância e o tempo serão bem grandes, mas a história que já existe e todo o carinho e respeito até aqui sedimentados serão a certeza de que nossa história continuará viva em nossas memórias.
As próximas experiências nos tornarão muito diferentes do que somos hoje e quero acreditar que seremos pessoas melhores. Será preciso esforço para lidar com a novidade e para manter o bom ânimo frente às dificuldades. Mas já sabemos que será assim, não é?
Que os cuidados de Deus permaneçam sobre sua vida nesse tempo em que seus queridos não poderão estar ao teu lado; que você tenha sabedoria para lidar e aprender com as situações novas; que novas pessoas possam te fazer companhia e te serem apoio, pois, como já disse Hemingway "ninguém é uma ilha".
Que o tempo passe logo e que chegue logo o dia de ir ao aeroporto de novo, seja ele brasileiro ou europeu, não para uma despedida mas para um reencontro.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Divagando muito vagamente


Olhar para o futuro é olhar para o nada pois o futuro é uma possibilidade que pode ou não se tornar real. Quando o futuro virar presente, nem sempre será a materialização de um desejo pessoal. Algumas vezes, um desejo pessoal e individual só se tornará real na coletividade ou no compartilhamento com uma outra pessoa e aí, apesar do prazer pessoal, o futuro passa a ser plural e não mais singular. O olhar da possibilidade individual encontrou ressonância e o nada criou forma e nome e se tornou realidade ...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mexa-se


O sono chega
os olhos ardem
não querem ficar abertos
a cabeça pesa
quer um travesseiro para se recostar
o corpo sente
sente vontade de deitar-se
de enrolar-se
de aquietar-se

Mas ainda não é hora
não é hora agora
Apesar da vontade de descansar
ainda não será agora

Lave o rosto com água fria
e comece a se mexer
falta só mais um pouco
Coragem !

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Maternizando


Gerado na carne
e gerado na alma
Algumas vezes só na carne
Outras vezes só na alma
Abrir as cortinas da vida
cuidar, orientar, ensinar
conviver, amar,
Amar a vida toda
Amar por toda a vida
Uma extensão de mim
Um alguém que não sou eu
Mas em quem me vejo a cada dia
A carne envelhece e não te pode mais
A alma amadurece e te deseja mais e mais

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Aceitando as rotinas


Por muito tempo, fiz parte do grupo que se dizia avesso às rotinas. Mas o tempo passa, as experiências se acumulam e ajudam a renovar as percepções e a desconstruir conceitos.
Tenho aprendido que o estabelecimento de rotinas, ou seja, atividades que se repetem em determinado espaço de tempo, é um requisito importante para a manutenção do equilíbrio pessoal e para o atingimento de objetivos.
As rotinas não são prisões mas sim um jeito organizado de se viver.
Existem prisões pessoais que fazem das rotinas uma bitola estreita da qual não se pode desviar jamais. Podem ser uma situação patológica e aí é preciso identificar, analisar e tratar cada caso com o devido cuidado, seja ele farmacológico, seja ele psicoterapêutico.
Quando o plano de fundo não é patológico, existe a liberdade de se escolher por outros caminhos e de se viver com a responsabilidade das consequências das escolhas.
Que a Graça da lucidez possa estar presente para se entender que mudanças podem acontecer dentro das rotinas e que as rotinas também podem ser mudadas sempre que novos caminhos precisarem ser trilhados.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Rotinas são repetições programadas de atividades. Nas entrevistas de empregos é muito comum, principalmente quando se é recém-formado, repetir o jargão "eu detesto rotina". Talvez por não entender direito o que a palavra signifique pois qualquer trabalho terá alguma rotina.
Esse ciclo de repetições pode trazer segurança poi
Algumas pessoas estabelecem "rotinas de felicidade" e repetem uma sequencia de atividades que trazem equilíbrio e organizção ao espaço de tempo de um dia.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Desrespeito à pessoa humana

Fui apresentada ao termo "pessoa humana" há pouco tempo
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110128/not_imp672086,0.php

Na alegria e na tristeza

Viver em comunidade é compartilhar alegrias e tristezas. Em um dia comemoramos nascimentos, casamentos, aniversários, conquistas e no outro dia choramos as doenças, os acidentes, as perdas, as derrotas e as mortes.
Em um dia estamos todos lindos, cheirosos, bem vestidos, sorridentes e muito bem alimentados, no outro, estamos todos feios, fedidos, vestidos de qualquer jeito, com os olhos fundos de tanto choro e falta de sono e sem coragem para se alimentar.
Nos dois cenários, brota o abraço de carinho e acalanto e o ombro que fica molhado com a lágrima que não para de cair. As personagens são as mesmas e quando essas passagens são compartilhadas o relacionamento sai da superficialidade e vai ganhando profundidade e enraizando-se. Daí nascem as histórias de grandes amores e amizades.
Hoje, a terra cobriu a história de um dos meus. A saudade dói demais mas a tua história ficará viva na lembrança dos teus grandes amores e amizades.
Assim vai ser até que nos encontremos outra vez na eternidade e será essa a esperança que nos ajudará a conviver com a tua ausência.
Até breve, amigo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Noite

Quanto dura uma noite? Depende.
Hoje a previsão é de que o sol se ponha às 19:57 e que nasça às 06:41, ou seja, a noite vai durar pouco menos de 12 horas.
Existem noites que duram bem mais que isso e para as quais não existe previsão de nascer de sol. Noites da alma são assim, a luz se vai, vem a noite e o novo dia demora a vir. Mas um dia ele vem e devolve a vida à vida.

Devaneios musicais

"Chorar desopila o fígado", dizia minha vó.
Não sei qual é o limite de lágrimas que alguém pode produzir e nem quanto é preciso para desopilar o fígado mas "chorar um rio de lágrimas" pode levar ao ressecamento dos órgãos internos e também ao afogamento. Em dias chuvosos então "lágrimas e chuvas molham o vidro da janela mas ninguém me vê", ou seja, o choro atrapalha a visão do outro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Escolhas

Os critérios que movem uma escolha são os mais diversos. Nem sempre a vontade pessoal pode ser considerada, mas sim a necessidade de uma determinada situação. Renuncia-se à vontade e opta-se pela necessidade.
Esse tipo de comportamento é nobre quando se escolhe por um grupo e quem optou por isso pode encontrar a plenitude e o significado de toda uma vida. Mas as escolhas de vida inteira, podem adiar ou anular os sonhos pessoais.
São privilegiados os que tem a oportunidade de escolher novamente e que optam pela mudança. Escolhas geram resultados que culminam com a instalação de uma zona de conforto em que tudo parece funcionar muito bem.
A escolha de retomar um sonho adiado é uma decisão difícil pois leva à renúncia de algumas conquistas sedimentadas. O conforto cede à turbulência onde a montaha-russa emocional e financeira assume o lugar do que antes era a tranquilidade de um lago espelalhado. Nesse momento, deve-se ter equilíbrio e a maturidade de esperar

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Próximos temas

Brigite Bardot
Dia do farmacêutico
Filme do G Cloney Amor no ar
EJAs : educação de jovens e adultos
A linguagem da era digital
Aniversário de SPaulo
DOação de sangue e de órgãos
CERVI e CENA
Adoção

Sonhos

Há algum tempo, aprendi que sonhos morrem. Mas também aprendi que a capacidade de sonhar não morre enquanto a vida existir, que o luto tem algumas fases e que o inteligente é aquele que aprende sozinho enquanto o sábio é aquele que aprende com a experiência dos outros.
O sucesso de um sonho depende de fatores que nem sempre são do controle de quem sonha e por isso o sonho pode morrer pelas mãos do sonhador ou por mãos alheias. O que resta desse processo de morte são o luto e a sensação de que a razão de viver se foi junto com o sonho que morreu pois quando ele morre também morre o desejo que deu sentido às escolhas de imaginar, de planejar, de construir castelos no ar, de tomar decisões, de agir e de ter a ilusão de que ele poderia tornar-se real.
Porém, se o sonhador tiver um fiapo de esperança de que são verdadeiras as palavras de quem afirmou que a capacidade de sonhar não se esvai, apesar de todo o peso de sua perda, seu coração irá se aquietar, ficar em silêncio, deixar o luto passar por suas fases e esperar pelo novo. Depois disso, sentir-se-á vivo e sonhará outras tantas incontáveis vezes enquanto o pulso ainda pulsar. Essa poderá ser uma oportunidade para se testar o caminho da sabedoria.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sonhos desfeitos

Há um tempo atrás, aprendi que os sonhos morrem mas não a capacidade de sonhar. Também aprendi que o luto por uma morte tem algumas fases: choque, negação, raiva, depressão e aceitação.
Também ouvi que o inteligente é o que aprende algo sozinho e que o sábio é o que aprende com a experiência dos outros.
Sonhos desfeitos são uma ótima oportunidade para testar o caminho da sabedoria pois eles são a morte de um desejo que foi alimentado, maturado e que passou a dar sentido a uma escolha. A escolha  de imaginar, de planejar, de construir castelos no ar, tomar decisões, agir e ter a ilusão de que o sonho poderia tornar-se real.
O sucesso de um sonho depende de fatores que nem sempre são do controle de quem sonha e por isso o sonho pode morrer das mesmas várias mortes possíveis ao homem. Por exemplo, ele pode morrer de causas naturais ou depois de um longo período de internação ou também no auge de suas possibiliades mais prováveis quando todos os sinais indicavam que se tornaria real. Seja lá qual seja o tipo de morte, o que sobra é o luto e a dor da perda. Mas se o sonhador tiver um fiapo de esperança de que sejam palavras de sabedoria aquelas que afirmaram que a renovação da capacidade de sonhar novos sonhos realmente é possível, apesar de todo o peso da perda, ele vai se aquietar e esperar que novos sonhos nasçam.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Gotas

Compartilhar e participar das conquistas de outra pessoa é tão especial ou até mais especial do que os momentos egoístas de felicidade pessoal. Felicidade sinceramente compartilhada pode ser infinitamente melhor do que os momentos de sucessos anônimos e solitários .